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Falta de segurança pública impede desenvolvimento da América Latina, diz PNUD

Publicado 12.11.2013, 19:33
Atualizado 12.11.2013, 19:42

Nações Unidas, 12 nov (EFE).- A falta de segurança pública freia o desenvolvimento social e econômico da América Latina, segundo um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que adverte que as políticas ofensivas não funcionam, sendo mais efetivo o estabelecimento de acordos nacionais de prevenção e reformas voltadas para o combate da violência.

Uma das principais lições aprendidas nos últimos anos é que as chamadas políticas de "mão pesada" contra o crime não funcionaram, disse o PNUD na apresentação do Relatório Regional de Desenvolvimento Humano (IDH) 2013-2014 "Segurança cidadã com face humana: diagnóstico e propostas para a América Latina".

Capitaneados pela administradora geral do PNUD, Helen Clark, e pelo diretor para a América Latina, Heraldo Muñoz, os responsáveis pelo estudo advertiram que, apesar das melhorias sociais conseguidas na última década, a região continua sendo a mais desigual e a mais insegura do mundo, com mais de 100 mil assassinatos por ano.

"A segurança pública é um tema delicado que preocupa os políticos e repercute em meio ao calor das campanhas eleitorais. É um tema crucial para várias regiões, inclusive na América Latina, porque sem paz não pode haver desenvolvimento, e sem desenvolvimento não pode haver uma paz duradoura", disse Helen ao apresentar o estudo.

O IDH concentra sua análise em 18 países da região: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Apesar da taxa de homicídios ter se estabilizado, e inclusive diminuído em alguns países, continua a ser "epidêmica" em outros 11, com mais de 10 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Em todos os países analisados, a percepção de segurança se deteriorou e o índice de roubos triplicou nos últimos 25 anos.

O Relatório Regional de Desenvolvimento Humano recomenda políticas orientadas à melhora da qualidade de vida da população, com prevenção de delitos e de violência por meio de um crescimento inclusivo, instituições de segurança e de justiça eficazes, além de medidas para estimular a convivência social.

Neste sentido, os autores do relatório, liderados pelo acadêmico Rafael Fernández de Castro, advertiram que para uma redução "duradoura" e efetiva dos níveis de insegurança na América Latina não basta apenas o estabelecimento de medidas de controle do delito.

O diretor do PNUD para a América Latina, Heraldo Muñoz, reconheceu nesta terça-feira que não há uma "solução mágica" para a falta de segurança pública na região, mas ressaltou que embora se trate de um problema grave, tem "remédio" e requer uma "visão e vontade política" de todos em longo prazo.

"Em cada país é preciso estabelecer um acordo nacional para a segurança pública do qual participem desde os governos e os partidos políticos até a sociedade civil, de modo que a segurança não se veja politizada e se transforme em uma política de Estado", acrescentou Muñoz. EFE

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