O setor aeroespacial deve se reunir no Farnborough Airshow de 22 a 26 de julho, enfrentando desafios significativos devido a problemas de fábrica que estão afetando a capacidade de atender à demanda.
O evento, tradicionalmente uma plataforma para grandes anúncios e negócios, principalmente dos líderes do setor Airbus e Boeing (NYSE:BA), deve ser moderado este ano. As crescentes frustrações das companhias aéreas com a escassez e os atrasos das aeronaves provavelmente ofuscarão os anúncios comemorativos usuais de novos pedidos.
Companhias aéreas como Japan Airlines, Qatar Airways, Korean Air e Turkish Airlines indicaram interesse em adquirir novos jatos. No entanto, o foco do evento pode mudar de fazer negócios para abordar as restrições da cadeia de suprimentos e melhorar as operações da fábrica. A Saudia Airlines, que encomendou 105 jatos Airbus, experimentou em primeira mão o impacto desses problemas na cadeia de suprimentos.
A Boeing está enfrentando uma crise corporativa após um incidente no ar em janeiro envolvendo um estouro de plugue de porta devido à falta de parafusos. A empresa decidiu reduzir sua presença no show aéreo, enfatizando a segurança e a qualidade em vez das exibições de suas aeronaves. O CEO da Boeing, Dave Calhoun, não estará presente, marcando o segundo ano consecutivo de sua ausência.
A Airbus também está reduzindo sua presença no evento como medida de corte de custos. A indústria enfrentou problemas generalizados de qualidade, incluindo parafusos mal apertados, levando a um sentimento de que deveria haver mais ênfase no aperto das operações em vez de comemorar novos pedidos.
A indústria como um todo ainda está se recuperando do golpe causado pela pandemia, que viu um declínio acentuado nas viagens aéreas seguido por uma recuperação igualmente acentuada. Isso deixou as empresas lutando para lidar com a escassez de mão de obra e peças. O analista Nick Cunningham, da Agency Partners, sugere que o setor pode ter dificuldades para capitalizar o ciclo de negócios devido a esses desafios operacionais.
Apesar das dificuldades, ainda há conquistas a serem reconhecidas, como o 777X da Boeing iniciando voos de teste de certificação e o A321XLR da Airbus recebendo aprovação. Enquanto isso, concorrentes como a chinesa Comac, a brasileira Embraer e a inovadora Jet Zero estão à procura de oportunidades para capitalizar a situação.
O aspecto de defesa do Farnborough Airshow refletirá a atual situação global, com crescentes tensões geopolíticas impulsionando a demanda por armas. A vulnerabilidade das companhias aéreas foi destacada na sexta-feira, quando uma interrupção cibernética global levou a interrupções generalizadas nos aeroportos e cancelamentos de voos. As discussões no evento também abordarão o impacto do conflito na Ucrânia, possíveis atrasos no programa de substituição de caças F-22 dos EUA e uma revisão de defesa pelo novo governo trabalhista da Grã-Bretanha.
Como pano de fundo, o Royal International Air Tattoo, que acontecerá de 19 a 21 de julho, mostrará o poder aéreo militar. O secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, estará entre os VIPs presentes, e declarações recentes sugerem que, embora o programa NGAD possa buscar reduções de custos, continua sendo uma iniciativa fundamental.
Também há interesse no sistema GCAP, uma colaboração entre a BAE Systems (LON:BAES), Itália e Japão, e o European Future Combat Air System (SCAF), apoiado pela França, Alemanha e Espanha. Ambos os projetos estão explorando sistemas tripulados e não tripulados projetados para a guerra moderna.
À medida que o Farnborough Airshow se aproxima, a indústria está pronta para enfrentar seus desafios atuais, mantendo um olho nas oportunidades e avanços futuros.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.