Investing.com - A nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e ata da última reunião do Fed foram os principais condutores na formação do preço de risco nos ativos mundiais nesta quarta-feira, dia marcado por divulgação de indicadores econômicos. A postura “dovish” das duas autoridades monetárias, ou seja, com decisões que privilegiam a condução de uma política monetária mais frouxa foi determinante para a alta das principais bolsas mundiais. Os principais índices em Nova York subiram, com Dow Jones apresentando ganhos de 0,03%, Nasdaq de 0,69% e S&P 500 de 0,35%.
A cotação do dólar no Brasil seguiu o apetite ao risco no exterior e queda da moeda americana no exterior, fechando em baixa de 0,78% a R$ 3,8240. O Ibovespa não seguiu o apetite ao risco no exterior e caiu 0,35% a 95953,45 pontos, à espera de novidades sobre a reforma da Previdência mesmo com o parecer favorável do relator na CCJ da Câmara.
O BCE manteve a taxa de juros em 0% e sinalizou a permanência nesse patamar até o fim de 2019 ou “pelo tempo que for necessário”, aguardando se os estímulos adotados na última reunião são suficientes para reverter a desaceleração econômica em curso na zona do euro no 1º trimestre do ano. Enquanto a ata do Fed informou que a maioria dos diretores têm a expectativa de manter a taxa de juros inalteradas ao longo de 2019, seguindo a postura “paciente” adotada após indicadores apontarem desaceleração no crescimento global.
Por outro lado, os índices de preço nos EUA estão abaixo do centro da meta informal do Fed, o que permite suspender o processo de 3 anos de aperto monetário. Hoje foi divulgado os dados de inflação de março no país, com o IPC subindo 0,4% ante o mês anterior e 1,9% no acumulado de 12 meses.
No Brasil, o IBGE também divulgou o índice oficial de inflação que baliza as decisões de política monetária do Banco Central. Em março, o IPCA surpreendeu e subiu 0,75% na base mensal. No acumulado em 12 meses, o índice acelerou para 4,58% e ficou acima do centro da meta de inflação de 4,25%, dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Diretores do Banco Central aguardavam aceleração do IPCA no início do ano por causa da sazonalidade, mas não havia mencionado sobre ultrapassar o centro da meta. Por outro lado, o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis, mostrou bom comportamento, acelerando de 0,15% em fevereiro para 0,31% em março.
O aumento do preço do petróleo não foi o suficiente para levantar as ações da Petrobras. A PETR4 desvalorizou-se 1,3 por cento e a PETR3 caiu 0,55 por cento, apesar do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ter aprovado na véspera após fechamento dos mercados valor de 9,058 bilhões de dólares a ser pago à estatal como parte da conclusão da renegociação do contrato da cessão onerosa. A Petrobras está preparando a venda de mais três gasodutos depois de levantar 8,6 bilhões de dólares com o repasse do controle da TAG à francesa Engie (SA:EGIE3), disseram três fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
Apesar de o estoque americano de petróleo subir mais de 7 milhões de barris na semana, a redução do estoque de gasolina combinada com corte de oferta da OPEP e seus aliados, somado à escalada do conflito na Líbia sustentaram a alta do preço do petróleo, que já acumula ganhos acima de 40% no ano. O Brent continua acima dos US$ 70, negociada a US$ 71,60, alta de 1,4%, enquanto o WTI acumula ganhos de 0,77% a US$ 64,47.
*Com Reuters