Por Christiana Sciaudone e Ana Julia Mezzadri
Investing.com -- As ações dos Estados Unidos se mantiveram quase o dia inteiro no vermelho, com uma queda nas vendas do varejo e uma ligeira alta nos preços ao produtor pesando na percepção um dia antes da decisão do Federal Reserve quanto à taxa de juros.
A reunião regular do Fed começou hoje e espera-se que o banco central anuncie na quarta-feira que não haverá mudanças nas taxas de juros e nas recompras mensais de títulos. Mas, na verdade, todos estão atentos a qualquer pista do pensamento do banco em relação à inflação e a uma possível redução na recompra de títulos.
Hoje mais cedo, os dados demonstraram um salto na inflação do atacado para níveis recordes, uma semana após os preços ao consumidor subirem para seu nível mais alto desde 2008. Mas será que isso é passageiro? O tempo dirá, meus amigos.
Os preços do petróleo foram os mais altos em três anos em função da antecipação da demanda de gasolina, apesar de uma decepcionante demanda no fim de semana do Memorial Day, o início não oficial de viagens de verão nas estradas.
Na geopolítica, o mundo prepara sua pipoca para assistir o encontro do Presidente Joe Biden com sua contraparte da Rússia, Vladimir Putin. Estamos na torcida por uma conversa cível e pacífica.
No Brasil, chega ao fim a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá definir a nova taxa Selic.
Aqui estão quatro coisas que podem afetar os mercados amanhã:
1. Dia da decisão
O Federal Reserve e Jerome Powell tomam o centro das atenções. As taxas provavelmente vão se manter no mesmo patamar. Todos estarão buscando pistas e clareza sobre quando os formuladores de políticas monetárias vão começar a discutir a redução de compras de títulos, se o recente salto da inflação ainda é "passageiro" e como a recuperação global está avançando. Powell responderá perguntas após a decisão, às 15:00.
2. Construção de novas casas
Daremos uma olhada na saúde do mercado de habitação. A construção de novas casas devem subir para 1,63 milhão em maio, alta em comparação ao 1,57 milhão de abril. A divulgação do número de licenças de construção e pedidos de hipoteca MBA também está prevista para as 9:30.
3. Reunião “de matar”
Biden e Putin terão a sua primeira reunião face a face em Genebra, na Suíça. Será provavelmente um encontro constrangedor, no mínimo, pelo fato de Biden ter chamado Putin de "assassino" numa entrevista no início deste ano. Espere que as sanções e os ataques cibernéticos estejam no topo da lista dos assuntos discutidos.
4. Decisão da taxa Selic
Termina amanhã a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá decidir a nova taxa Selic. A expectativa do mercado é de alta de 0,75 ponto percentual, o que faria com que a taxa alcançasse 4,25%, contra os 3,5% atuais.
Para além do ajuste, o mercado também estará de olho no tom do comunicado, com a expectativa de remoção do trecho “ajuste parcial” ou de uma nova projeção de taxa de juros neutra, na esteira da alta da inflação e do PIB acima do esperado no primeiro trimestre.
O dia também será marcado pela divulgação do fluxo cambial estrangeiro na semana entre 8 e 11 de junho. Na semana anterior, o país teve saída líquida de US$ 436 milhões.