Por Gabriel Codas
Investing.com - Nesta segunda-feira (15), o Banco Central divulgou mais uma edição do Boletim semanal Focus, trazendo como principal novidade a interrupção das estimativas de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020. Além disso, pela segunda semana consecutiva, traz uma leve elevação do IPCA. O cenário ainda mostra que a crise econômica do país por conta da pandemia da Covid-19 será bastante intensa.
PIB
Após 18 semanas seguidas, a projeção de queda do PIB brasileiro no ano foi interrompida, apresentando uma leve melhorada. A estimativa agora é uma queda de 6,50% do PIB em 2020, contra 6,51% da semana passada. Há quatro semanas, a projeção estava em -5,89%. Para 2021, a estimativa segue de crescimento em 3,50% e se manteve em 2,50% para 2022 e 2023.
Inflação
Os analistas, pela segunda semana consecutiva, elevaram a estimativa da inflação oficial de 1,60% da projeção da semana passada para 1,61%. Há quatro semanas, a aposta era de um IPCA a 1,57% no fim do ano. A aposta para o fechamento do ano-calendário segue abaixo do centro da meta de 4,00% e abaixo do piso da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Houve a manutenção das estimativas de inflação para 2021 - horizonte da política monetária do Banco Central sob o sistema de metas de inflação -, com os analistas estimando o IPCA em 3,00%. A estimativa também fica abaixo do centro da meta de inflação estipulado para o ano que vem, de 3,75%.
Selic
O constante cenário de deterioração das projeções do PIB e IPCA - especialmente da inflação no próximo ano, horizonte da política monetária – motivaram a decisão de corte da Selic na reunião do Copom da semana passada. Seguindo a última decisão da autoridade monetária, os economistas consultados pelo Focus esperam o final do ciclo de ultra afrouxamento monetário em 2,25% em 2020, desconsiderando a possibilidade de o BC realizar "reajuste residual" na taxa conforme comunicado após a decisão.
Há quatro semanas, a expectativa já era que a Selic fechasse 2020 em 2,25%. O texto da última decisão do BC não limita o atual ciclo de flexibilização, abrindo a possibilidade de um eventual novo corte ainda em 2020.
Os analistas também estimam que o ciclo da alta de juros se inicie ano que vem, agora projetando uma Selic a 3,0% no fim de 2021. Já para 2022, a projeção foi mantida em 5%, e a de 2023 se manteve em 6,00%.
Dólar
Em relação ao dólar, as apostas de 2020 foram mantidas R$ 5,20, após encerrar 2019 a R$ 4,0195. A moeda americana iniciou o forte período de volatilidade após o Carnaval, quebrando sucessivos recordes máximos de fechamento, chegando a se aproximar de R$ 6,00 em meados de maio.
Há quatro semanas, os analistas projetavam no Focus um dólar a R$ 5,40 no fim do ano. No ano que vem, as estimativas também foram mantidas em R$ 5,00, voltando à projeção de quatro semanas atrás.