Por Gabriel Codas
Investing.com - O Banco Central divulgou, nesta segunda-feira (27), mais uma edição do Boletim semanal Focus, trazendo, pela quarta semana consecutiva, a estimativa de menor queda do crescimento da economia brasileira em 2020. Além disso, os economistas reduziram a expectativa para o IPCA e mantiveram para o dólar e taxa Selic. Mais uma vez, o cenário ainda mostra que a crise econômica do país por conta da pandemia da Covid-19 será bastante intensa, mantendo sinais que pode ser menos pior do que esperada anteriormente.
PIB
A exemplo da do período anterior, a projeção do PIB brasileiro avançou, mas ainda se mantém sob uma queda intensa. A estimativa agora é uma retração de 5,77% do PIB em 2020, contra 5,95% da semana passada. Há quatro semanas, a projeção estava em -6,54%. Para 2021, a estimativa segue de crescimento em 3,50% e se manteve em 2,50% para 2022 e 2023.
Inflação
Os analistas reduziram a estimativa da inflação oficial de 1,72% para 1,67%. Há quatro semanas, a aposta era de um IPCA a 1,63% no fim do ano. A aposta para o fechamento do ano-calendário segue abaixo do centro da meta de 4,00% e abaixo do piso da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Houve a manutenção das estimativas de inflação para 2021 - horizonte da política monetária do Banco Central sob o sistema de metas de inflação -, com os analistas estimando o IPCA em 3,00%. A estimativa também fica abaixo do centro da meta de inflação estipulado para o ano que vem, de 3,75%.
Entre os cinco maiores acertos do Boletim, o chamado Top-5, a previsão é de um IPCA no fim do ano, a 1,54%, enquanto há 4 semanas a estimativa estava em 1,76%. Para 2021, o TOP-5 também prevê a inflação oficial em 3,01%.
Após quatro meses consecutivos de quedas, a gasolina subiu 4,47% e, com ela, também a prévia da inflação de julho. O grupo dos Transportes teve alta de 1,11% e exerceu o principal impacto sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado na sexta-feira pelo IBGE, e que ficou em 0,30%, abaixo da expectativa do mercado.
Por outro lado, o transporte por aplicativo (-11,98%) e as passagens aéreas (-4,16%) ficaram mais baratos. Os bilhetes de avião já vinham caindo de preço, tendo registrado quedas de 27,08% em maio e de 26,08% em junho, acumulando, com a nova queda, um recuo de 48,34% nos últimos três meses. E o custo do táxi (-0,10%) também teve redução, especialmente devido ao cancelamento do reajuste que havia ocorrido em janeiro no RJ (-0,47%).
Selic
Da mesma forma da semana passada, os analistas seguiram a última decisão da autoridade monetária, esperando ainda um novo corte residual do afrouxamento monetário em 2,00% em 2020, conforme comunicado e ata da última reunião do Copom.
O TOP-5, que colocava a Selic em 1,75% há quatro semanas, segue prevendo agora 2,00%, com um corte de apenas 0,25 ponto percentual no próximo encontro do colegiado, na próxima semana.
Para 2021, os economistas reduziram a projeção de Selic em 3% para 2,00%, e mantiveram em 4,5% para 2022 e de 6% para 2023, enquanto o TOP prevê uma Selic a 3,0% em 2021, 4,25% para 2022 e 5,63% em 2023.
Dólar
Em relação ao dólar, as apostas de 2020 foram mantidas R$ 5,20 pela quinta semana consecutiva, após encerrar 2019 a R$ 4,0195. A moeda americana iniciou o forte período de volatilidade após o Carnaval, quebrando sucessivos recordes máximos de fechamento, chegando a se aproximar de R$ 6,00 em meados de maio.
Há quatro semanas, os analistas projetavam no Focus um dólar a R$ 5,20 no fim do ano. No ano que vem, as estimativas seguem em R$ 5,00, a mesma estimativa de quatro semanas atrás. Em 2022 as projeções foram reduzidas de R$ 4,85 para R$ 4,80 e, em 2023, mantida em R$ 4,80.