Por Gabriel Codas
Investing.com - A FocusEconomics divulgou o relatório Latin Focus Consensus Forecast com as estimativas para as principais economias da Amércia Latina em 2020 e 2021. Os analitas projetam que a economia brasileira contrairá 4,8% em 2020, uma queda de 1,6 pontos percentuais em relação à estimativa do mês passado, antes de crescer 3,3% em 2021.
A equipe destaca que espera que o PIB caia este ano, com a pandemia de Covid-19, um duro golpe para a economia. As medidas de contenção são vistas martelando o consumo e o investimento privado, enquanto a fraca demanda global prejudicará as exportações. Embora o estímulo fiscal e monetário deva fornecer um amortecedor, a extensão do choque e das tensões políticas obscurece ainda mais as perspectivas.
O documento destaca também que o Banco Central reduziu a taxa Selic para 3,00%, de 3,75%, em sua reunião de 5 e 6 de maio, para reforçar a economia contra a crise do Covid-19. Uma grande parcela dos participantes do painel projeta maior flexibilização das políticas este ano, enquanto o Copom sinalizou que condições econômicas ainda mais deterioradas podem levar a outro corte nas taxas na reunião de 4 e 5 de junho. Os painelistas do Focus Economics Consensus projetam a taxa SELIC para final de 2020 em 2,47% e 2021 em 3,62%.
Eles destacam que panorama escureceu ainda mais no início do segundo trimestre, depois que o coronavírus atingiu a economia pela primeira vez nos três primeiros meses do ano. Eles destacam que a produção industrial caiu à taxa mais acentuada em quase dois anos em março, enquanto as vendas no varejo caíram no ritmo mais rápido em mais de quatro anos no mesmo mês, refletindo o impacto das medidas de distanciamento social.
O realtório aponta ainda que, no segundo trimestre, o PMI de manufatura caiu para um recorde em abril, com o fechamento de fábricas e a demanda mais fraca, afetando a produção e novos pedidos. Enquanto isso, em 6 de maio, a Câmara dos Deputados aprovou o “orçamento de guerra”, liberando cerca de R$ 600 a R$ 800 bilhões para medidas de recuperação, além de dar ao Banco Central permissão para realizar uma flexibilização quantitativa para sustentar a economia.
Além disso, o Senado aprovou um pacote de ajuda de R$ 60 bilhões para ajudar os estados; no entanto, o projeto está pendente de aprovação final do presidente Bolsonaro. Enquanto isso, no cenário atual, a Fitch Ratings revisou as perspectivas de classificação de crédito BB do Brasil para "negativo" de "estável".