Sao Paulo, 17 jun (EFE).- A questão da mulher no mercado de trabalho foi amplamente discutida no Women's Forum, que começou nesta segunda-feira em São Paulo.
Uma das palestras debateu a relação entre maternidade e a carreira profissional da mulher, e como ela pode ser encarada por parte das empresas e das famílias.
Para Sonia Regina Hess de Souza, presidente da companhia têxtil Dudalina e que participa do fórum, a legislação trabalhista é "arcaica e amarrada", o que acaba prejudicando tanto o trabalhador quanto a empresa.
"É preciso uma reforma trabalhista urgente", defendeu a empresária, que afirma que 80% das pessoas que trabalham em sua companhia são mulheres.
Quanto à função do homem na maternidade, o ex-diretor do banco HSBC, Sylvio Rocha, também presente ao evento, afirmou que o papel do pai é muitas vezes deixado de lado pela própria sociedade.
"Cabe uma reflexão da posição do pai que julga que não precisa participar. O homem tem de ser igualmente responsável, e não apenas ajudar", declarou.
Marina Caruso, editora da revista "Marie Claire" e grávida de 37 semanas, também admite que há uma falta de equilíbrio entre o trabalho da mulher e do homem.
"Demorei muito para decidir ter um filho por causa da questão da carreira. Se eu pudesse, dividiria com meu marido", comentou, sobre a diferença de tempo da licença maternidade de seis meses e a licença dos pais, de cinco dias.
Além da mudança de pensamento por parte das empresas, o empresário Sylvio Rocha também defende que as próprias famílias devem ter consciência do papel de cada um na maternidade.
"Não adianta as empresas e a lei evoluírem e nada mudar dentro de casa", afirmou Rocha.
A segunda edição do evento reunirá durante dois dias as principais mulheres de negócio do país, como Luiza Helena Trajano, presidente da varejista Magazine Luiza, além de nomes internacionais como Beth Brooke, vice-presidente de Políticas Públicas da gigante de consultoria Ernst&Young. EFE