Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava entre leves altas e baixas no começo da tarde desta sexta-feira, com os investidores já adotando uma postura de cautela pela reunião de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana, e com fluxo, ora de ingresso, ora de saída de recursos.
Às 12:19, o dólar avançava 0,07 por cento, a 3,3854 reais na venda. Na véspera, a moeda cedeu 0,62 por cento, indo abaixo de 3,40 reais pela primeira vez em dezembro, com o mercado apostando que a permanência de Renan na presidência do Senado deve facilitar a votação de medidas econômicas importantes para o governo do presidente Michel Temer.
Em quatro sessões de perdas, a moeda acumulou queda de 2,58 por cento. O dólar futuro subia 0,24 por cento neste começo de tarde.
"A moeda foi a 3,37 reais nesta sessão e isso atraiu importadores e também investidores que têm que honrar compromissos no exterior neste final de ano", explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, ao justificar a alta vista mais cedo.
A trajetória de valorização também era influenciada pelo comportamento da moeda norte-americana no exterior, onde avançava ante divisas emergentes, como no caso dos pesos mexicanos e chileno. O índice do dólar sobre uma cesta de moedas também apresentava ganhos..
A alta da moeda, no entanto, foi perdendo força ao longo da manhã. Após a queda recente, os exportadores também aproveitaram a puxada desta manhã e entraram vendendo moeda, comentaram alguns profissionais para justificar o nível perto da estabilidade na hora do almoço.
"O mercado já está em compasso de espera para o Federal Reserve, com os últimos ajustes para o encontro que deve elevar a taxa de juros nos EUA", comentou o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz, referindo-se ao banco central norte-americano.
Essa cautela com o Fed também ajuda a explicar o 'zero a zero da moeda'.
"A próxima semana tem eventos muito importantes e essa expectativa vem gerando volatilidade", disse o operador da corretora Advanced Corretora, Alessandro Faganello. "O mercado está confortável com o nível de preços, então isso também ajuda a segurar o dólar onde está", afirmou.
O mercado está amplamente posicionado para um aumento da taxas de juros dos EUA semana que vem, como mostra o Fedwatch, do CMEGroup, mas os investidores querem saber como será depois de dezembro, com o governo Donald Trump.
O futuro presidente norte-americano prometeu fazer muitos gastos em investimentos, o que deverá elevar a inflação norte-americana e obrigar o Fed a subir as taxas de juros. A questão agora é saber se esses aumentos serão graduais ou mais rápidos, o que deve influenciar no fluxo de dólares pelo mundo.
O Banco Central vendeu integralmente nesta manhã o lote integral de 15 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no futuro, para rolagem do vencimento de janeiro.