Frente do Livre Mercado defende autocustódia de criptomoedas e teme que BC imponha restrições

Publicado 10.02.2025, 12:40
© Reuters Frente do Livre Mercado defende autocustódia de criptomoedas e teme que BC imponha restrições

A menos de 20 dias para o encerramento da consulta pública do Banco Central sobre criptoativos, a Frente Parlamentar Pelo Livre Mercado (FPLM) manifestou hoje preocupação com possíveis restrições ao direito de autocustódia desses ativos virtuais. Para a FPLM, que deve se pronunciar publicamente ainda hoje sobre o tema, movimentações regulatórias do governo podem comprometer a descentralização do setor no Brasil.

O BC abriu a consulta em novembro do ano passado e as sugestões podem ser enviadas até o fim deste mês.

Depois das manifestações, a autoridade monetária deve incluir as atividades ou operações das prestadoras de serviços de ativos virtuais ("VASPs") no mercado de câmbio e traçar regras de como essas instituições deverão se submeter à regulamentação de capitais brasileiros no exterior e capitais estrangeiros no Brasil.

O alerta da FPLM é feito num momento em que a Câmara ainda se ajusta à nova presidência e quando apenas pautas de consenso, sem polêmicas, têm sido colocadas em votação.

Na quinta-feira passada, 6, a deputada federal e membro da Frente Julia Zanatta (PL-SC) apresentou o Projeto de Lei 311/2025, que garante a proteção legal da autocustódia de ativos virtuais, assegurando que os usuários possam armazenar e gerenciar seus próprios bens digitais sem a necessidade de intermediários.

Na avaliação da FPLM, a consulta pública do BC sugere restrições à autocustódia, especialmente para stablecoins. A Frente alega que especialistas, como o advogado Pedro J. T. C. Torres, alegam que essas medidas ferem princípios constitucionais, como a livre iniciativa e o direito de propriedade, além de subestimar a capacidade dos cidadãos de gerenciar seus próprios recursos.

Julia ressalta a importância do projeto para a garantia da liberdade econômica e da segurança jurídica no setor. "A autocustódia de ativos virtuais é um direito fundamental dos cidadãos e está diretamente ligada ao direito de propriedade, à liberdade econômica e à privacidade. Esse PL impede que normas infralegais dificultem a transferência de ativos para carteiras privadas ou imponham conversões forçadas para moedas digitais estatais", explicou.

O diretor-executivo do Instituto Livre Mercado (ILM) e que secretaria a Frente, Rodrigo Marinho, também alertou para os riscos de intervenções excessivas no setor. "A tentativa de restringir a autocustódia fere princípios do livre mercado e da autonomia privada. A descentralização é a essência da criptoeconomia, e qualquer movimento que obrigue os usuários a dependerem de intermediários representa um retrocesso perigoso", afirmou.

Na tarde de sexta-feira, a criptomoeda mais conhecida do mundo, a bitcoin, subiu impulsionada pelo otimismo dos investidores quanto a possíveis cortes na taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ainda que de forma gradual, após a divulgação de um relatório de emprego abaixo do esperado.

Mudanças regulatórias no setor de criptos são aguardadas em todo o mundo e em várias direções. Há quase um mês, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou que, com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, as moedas virtuais devem ser uma das prioridades de seu governo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.