Teresa Bouza.
Washington, 19 abr (EFE).- Os ministros de Finanças e Economia do G20 pediram nesta sexta-feira à zona do euro para atuar de forma "urgente" com o objetivo de conseguir a união e reduzir a fragmentação bancária que se transformou em um empecilho para a recuperação econômica global.
"É preciso melhorar as bases da união econômica e monetária, incluindo por meio do movimento urgente rumo a uma união bancária, reduzindo de forma adicional a fragmentação financeira e continuando com o fortalecimento dos balanços bancários", afirmou o G20 no comunicado do final de sua reunião.
A preocupação pelo enfraquecimento da zona do euro foi hoje o foco do G20, que expressou sua preocupação com uma região na qual a recuperação continua sem se materializar.
Além da Europa, o Grupo dos 20 deu um respaldo à política monetária do Banco do Japão (Boj), que anunciou neste mês sua intenção de injetar US$ 1,4 trilhão durante os próximos dois anos em sua economia para superar a estagnação que já dura décadas.
O anúncio provocou uma forte queda do iene e levou críticos a falar em uma desvalorização competitiva do Boj.
Mas o G20 deu hoje sinal verde à medida, ao afirmar que "as recentes políticas do Japão buscam acabar com a deflação e apoiar a demanda doméstica".
O Banco do Japão não foi o único a recorrer a políticas monetárias expansivas, uma opção também adotada pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central da Inglaterra e, em menor medida, o Banco Central Europeu (BCE).
Os ministros também reafirmaram o compromisso expressado em fevereiro de "evitar" as desvalorizações competitivas e não utilizar as taxas de câmbio para ganhar vantagem nos mercados.
Além disso, o G20 evitou fixar objetivos concretos de redução de dívida, em meio a crescentes preocupações de que a austeridade em voga estrangule a frágil recuperação.
Nesse sentido, Anton Siluanov, ministro das Finanças da Rússia, país que ocupa a presidência rotativa do G20, disse hoje em entrevista coletiva que o objetivo geral de redução de dívida é "mais importante que números específicos".
"Acordamos que deveriam de ser parâmetros de referência, objetivos estratégicos que podem ser ajustados dependendo das situações específicas das economias", afirmou Siluanov em entrevista coletiva.
Tanto Washington como Tóquio se opuseram categoricamente a estabelecer objetivos concretos de redução de dívida e insistiram que a prioridade do G20 deve de ser estimular o crescimento.
A reunião do G20 aconteceu durante a assembleia conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), que começou hoje em Washington e na qual a Europa teve também um papel protagonista.
O FMI prevê que a economia europeia se contrairá 0,3% neste ano, após o retrocesso de 0,6% em 2012, e acredita que subirá 1,1% em 2014.
O G20 é integrado pela União Europeia, o G7 (EUA, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, Itália e França) e Coreia do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia e Rússia. EFE