Por Sergio Goncalves
LISBOA (Reuters) - A empresa portuguesa de petróleo e gás Galp Energia (LS:GALP) considera o Brasil um país atraente para prosseguir sua aposta em energia solar e eólica, disse o CEO Andy Brown nesta segunda-feira, acrescentando que a empresa está procurando oportunidades de investimento no país.
A Galp concordou em outubro em adquirir e desenvolver dois projetos solares no Brasil com uma capacidade combinada de cerca de 600 megawatts (MW), dando um salto importante no seu esforço para remodelar o seu portfólio e reduzir a sua pegada de carbono.
"Esses 600 MW são apenas o começo, estamos analisando oportunidades em diferentes locais do país", disse o chefe executivo em entrevista coletiva.
"Queremos expandir nossa posição em renováveis e o Brasil é um país rico em oportunidades, tem uma estrutura atraente para investirmos", disse Brown.
Ele disse que a Galp está se concentrando em projetos solares e eólicos, acrescentando que o Brasil também é um "lugar muito atraente para o hidrogênio competitivo" --uma área que a Galp "vai considerar em tempo oportuno" enquanto constrói sua posição renovável.
Em junho, a Galp anunciou que iria reforçar o foco em energias renováveis e limitar os gastos com combustíveis fósseis em desenvolvimentos já aprovados, resultando em um corte de 20% para entre 800 milhões de euros e 1 bilhão de euros em capex até 2025.
Também em 2025, o negócio de upstream representará cerca de 40% do capex líquido da empresa, abaixo dos 70% e 88% entre 2016 e 2020.
A companhia gastará principalmente em empreendimentos já sancionados, como o projeto Bacalhau I, em projeto petrolífero no mar do Brasil.
Brown acrescentou que a Galp, depois de ter investido cerca de 5 bilhões de dólares nos últimos 20 anos no upstream do Brasil, "já tem 50 anos de oferta" garantidos com as reservas descobertas e não planeja perfurar mais poços no país.