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Garcia teme que decisão sobre dívida argentina crie "grave" precedente

Publicado 27.11.2012, 22:45

Los Cardales (Argentina), 27 nov (EFE).- O assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio García, afirmou nesta terça-feira que a decisão da Justiça de Nova York que obriga à Argentina a pagar a fundos especulativos toda sua dívida em moratória é um precedente "grave" para todo o mundo.

"É um precedente grave não só para a América do Sul, mas para a atividade econômica internacional porque amanhã, se Grécia ou Portugal quiserem renegociar sua dívida, será muito difícil em função deste antecedente", disse Garcia.

Em diálogo com jornalistas durante a 18ª Conferência Anual da União Industrial Argentina realizada em Los Cardales, a 60 quilômetros de Buenos Aires, o diplomata brasileiro considerou que a decisão judicial é "uma preocupação grave que o mundo inteiro deve ter".

"Amanhã nenhuma negociação será feita com tranquilidade porque o negociador sempre vai ficar preocupado que um juiz em Nova York ou em outra parte venha a tomar decisões", acrescentou.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou hoje sua intenção de propor um debate sobre o "colonialismo judicial" na próxima cúpula da União das Nações Sul-Americanas, prevista para sexta-feira em Lima, após a decisão do juiz nova-iorquino Thomas Griesa favorável a fundos especulativos contra os interesses do país sul-americano.

Griesa aceitou em sua decisão, ditada na quarta-feira passada, as reivindicações dos fundos de investimento NML e Aurelius, que exigem o pagamento do total dos bônus soberanos argentinos em seu poder, no valor total de US$ 1,3 bilhão.

Garcia destacou que "Argentina fez uma negociação de sua dívida que foi festejada na época".

"Um setor ficou fora, mas não é esse setor que está reivindicando agora. Quem está reivindicando são os que compraram a dívida em moratória. São os chamados abutres", opinou.

O diplomata brasileiro indicou que está "acompanhando esta discussão" e que inclusive "fez consultas internacionais a este respeito", embora não tenha revelado com quem. EFE

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