Washington, 29 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, criticou nesta segunda-feira a política orçamentária da zona do euro, chamando-a de "mesquinha", e pediu ao Banco Central Europeu (BCE) para apostar em uma política mais "ativa" para revitalizar o crescimento econômico.
"Com as políticas atuais, o resultado é que a única região que não cresce é a zona do euro, terá que ser visto o que é que estamos fazendo (...) A Europa terá que mudar o rumo", afirmou García-Margallo em entrevista coletiva após seu discurso na Organização dos Estados Americanos (OEA) como parte de sua visita a Washington.
Neste sentido, ele lamentou que os orçamentos europeus para os próximos sete anos sejam, "pela primeira vez na história" da União Europeia, menores que no ciclo anterior.
Por isso, ele defendeu que o BCE tenha "uma política mais ativa, como a do Federal Reserve, do Banco da Inglaterra e agora do Banco do Japão, que permitiria definitivamente ampliar o crédito e fazer com que o euro adote taxas de câmbio mais razoáveis".
Ele insistiu que a saída da crise "ou acontecerá pela exportação ou não será feita", e lamentou a fragmentação do mercado financeiro do euro como obstáculo para o crescimento.
García-Margallo, que se reunirá amanhã com o secretário de Estado dos EUA John Kerry, pediu ainda a países como a Alemanha para contribuir para a reativação econômica com medidas de estímulo de sua demanda.
"Os países que têm mais margem de manobra, como a Alemanha, teriam que fazer algo para estimular sua demanda, o que permitiria aos países que estão atravessando dificuldades sair dessa situação. Exatamente igual como nós, desses países, fizemos quando a Alemanha lidou com a reunificação", disse o chanceler espanhol. EFE
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