SÃO PAULO (Reuters) - Os gastos pagos com cartões no Brasil voltaram a desacelerar no começo de 2016, refletindo o aumento do desemprego e a inflação alta num país em recessão, que têm abreviado o ciclo histórico de crescente uso dos meios eletrônicos de pagamentos.
A associação das empresas de cartões, Abecs, afirmou nesta quarta-feira que os gastos de brasileiros no país pagos com cartões de crédito e de débito somaram 269 bilhões de reais no primeiro trimestre, um alta de 7,2 por cento sobre um ano antes.
O volume com cartões de crédito movimentou 165 bilhões no período, alta de 3,8 por cento, enquanto com cartões de débito o giro foi de 104 bilhões, avanço anual de 13 por cento.
No conjunto, os números representam perda de ritmo em relação ao ritmo de crescimento de 9 por cento registrado pelo setor em 2015, para 1,05 trilhão de reais, nível já inferior ao da inflação acumulada no período de 10,7 por cento.
O mercado brasileiro de cartões deve desacelerar pelo nono ano consecutivo em 2016, já que a Abecs prevê alta de 6,5 por cento neste ano.
Os pagamentos com cartões representaram 28,4 por cento do consumo das famílias no trimestre, ante 27,1 por cento em igual etapa de 2015. O movimento refletiu a substituição de meios de pagamento, com menor uso de dinheiro e cheque, afirmou a Abecs.
(Por Aluísio Alves)