Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A gestora de fundos SRM Asset quer abrir filiais na Colômbia e na Argentina ainda neste ano, estendendo as operações fora do Brasil iniciadas em 2014, disse um executivo da gestora de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs).
Uma das maiores gestoras brasileiras de FICDs, a SRM opera principalmente com linhas de capital de giro e adiantamento de recursos para operações de importação e exportação de empresas com faturamento anual de 60 milhões a 500 milhões de reais. Os recursos têm como cotistas investidores institucionais.
A empresa está no Peru desde 2013 e no Chile a partir de 2015, onde atende principalmente pequenos exportadores dos ramos de alimentos, confecções, pescados, frutos do mar e vinhos. Seu fundo original para comércio exterior no Peru, de 40 milhões de dólares, está tentando uma segunda captação de 50 milhões de dólares. O grupo também tem um fundo em moeda local.
"Percebemos que as dificuldades das empresas com acesso ao setor financeiro são as mesmas praticamente em todos os mercados", disse o presidente da SRM para Peru e Chile, Rui Matsuda. "Após Colômbia e Argentina, o México pode ser um próximo destino."
O movimento da SRM ilustra como arranjos financeiros sem origem bancária estão se movimentando rapidamente para atender empresas de pequeno e médio portes, segmento cujo acesso ao crédito diminuiu fortemente entre os grandes bancos, que têm preferido se concentrar em linhas consideradas menos arriscadas no Brasil.
Dentre os grandes bancos brasileiros, o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) já tem presença no Chile, no Peru e na Colômbia por meio do CorpBanca, além de operações separadas na Argentina e no Paraguai. O BTG Pactual (SA:BPAC11) também tem presença no Chile, com filiais na Colômbia e no Peru.
No Brasil, antes mesmo da forte recessão de 2015/16, as empresas de menor porte lideraram o repique nos índices de inadimplência dos bancos, que passaram a pedir mais garantias antes de rolar dívidas ou conceder novos empréstimos.
Nesse cenário, a SRM, criada em 2005 e controlado pelos irmãos Marcos e Salim Mansur, tem acelerado suas operações. A empresa fez cerca de 6 bilhões de reais em empréstimos em 2017. Para este ano, a meta é fazer 10 bilhões.