Por Andrew Goudsward e Dietrich Knauth
WASHINGTON (Reuters) - Rudy Giuliani perdeu sua licença de advogado em Nova York nesta terça-feira, depois que um tribunal estadual de apelações concluiu que ele havia mentido ao argumentar que a eleição presidencial de 2020 foi roubada de seu cliente, o ex-presidente republicano dos EUA Donald Trump.
O tribunal concluiu que Giuliani, de 80 anos, ex-prefeito de Nova York que atuou como advogado pessoal de Trump, "atacou sem fundamento e minou a integridade do processo eleitoral deste país" e "contribuiu ativamente para o conflito nacional que se seguiu à eleição presidencial de 2020, pelo qual ele não se arrepende".
Giuliani foi um dos principais defensores das falsas alegações de que a derrota de Trump para o democrata Joe Biden em 2020 foi resultado de fraude eleitoral generalizada.
Um porta-voz de Giuliani disse que ele recorreria da decisão, chamando-a de "política e ideologicamente corrompida". Giuliani argumentou anteriormente que acreditava que suas declarações eram verdadeiras e que não tinha a intenção de divulgar afirmações falsas.
Giuliani, que na década de 1980 atuou como procurador dos EUA em Manhattan, estava suspenso de exercer a advocacia em Nova York desde 2021, após o ataque de apoiadores de Trump ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021. Ele também está enfrentando disciplina profissional em Washington, onde um painel de ética recomendou que ele perdesse sua licença.
Giuliani foi acusado de fazer declarações falsas a tribunais, parlamentares e ao público enquanto atuava como advogado de Trump. O tribunal citou as falsas alegações de Giuliani de que pessoas mortas teriam votado em Estados cruciais e sobre fraude de votos por funcionários eleitorais em uma instalação na Geórgia.
Giuliani também está enfrentando acusações criminais na Geórgia e no Arizona por ajudar nos esforços de Trump para subverter a eleição, inclusive organizando chapas de eleitores do Colégio Eleitoral que se comprometeram a votar em Trump por Estados que ele perdeu para Biden.
Giuliani se declarou inocente e disse que as alegações têm motivação política.