JOHANESBURGO/CIDADE DO CABO (Reuters) - A General Motors suspendeu a produção na sua principal fábrica sul-africana depois de uma greve atingir o fornecimento de peças, disse a montadora norte-americana nesta sexta feira, tornando-se a mais recente vítima de conflitos trabalhistas na economia mais avançada da África.
A violência irrompeu em algumas linhas de piquete, conforme a greve por salário da União Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (NUMSA, na sigla em inglês) desferiu um novo golpe para a economia com uma greve de cinco meses na indústria de platina, que só terminou na semana passada.
A suspensão da produção da GM em sua fábrica na cidade costeira de Port Elizabeth mostrou o crescente impacto da greve, após o sindicato rejeitar uma oferta de aumento salarial da Federação de Aço e Engenharia Industrial da África do Sul (SEIFSA) na noite de quinta-feira.
"A planta está fechada desde ontem por causa das questões de fornecedores de peças", afirmou a porta-voz Denise van Huyssteen.
Mais de 200.000 membros da NUMSA entraram em greve nesta terça-feira, uma ação que os empregadores dizem que vai custar à economia mais de 28 milhões de dólares por dia em produção perdida.
O grupo empregador SEIFSA disse que ofereceu aumentos salariais de até 10 por cento na noite de quinta-feira, ante 8 por cento anteriormente. O sindicato quer aumentos de 12 a 15 por cento, mais que o dobro da taxa de inflação.
"Lamentavelmente, parece que continuamos a milhas de distância de um acordo com o sindicato", disse o presidente-executivo da SEIFSA em um comunicado.
Em contraste, o chefe da NUMSA, Irvin Jim, afirmou nesta sexta-feira que acreditava que os dois lados "não estavam muito longe um do outro".
(Por Ed Stoddard e Wendell Roelf)