Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Na última sexta-feira (27), a Xp (NASDAQ:XP) anunciou que estuda uma possível fusão com a nova companhia que será criada pelo Itaú (SA:ITUB4) para segregar sua participação na XP. Esse movimento, na análise do Goldman Sachs, aumentaria o free float, ou quantidade de ações em livre circulação no mercado, mas criaria risco de overhang, ou excesso de liquidez. Com isso, o banco mantém recomendação Neutra para a ação, com preço-alvo de US$ 50.
Por volta das 16h05, o papel era negociado em baixa de 2,81%, a US$ 40,49, depois te ter registrado US$ 40 na mínima e US$ 41,75 na máxima do dia, com US$ 34,34 mil em volume negociado. O Nasdaq, em que a ação é negociada, caía 0,32%, aos 12.167,30 pontos.
Nos cálculos do banco, o free float da XP aumentaria para 67%, ante os 21% atualmente. Os acionistas do Itaú receberiam uma participação de 41% na empresa por meio da Newco, o equivalente a 226,5 milhões de papéis, e o Itaú estuda vendar os outros 5% que detém na XP diretamente ao mercado, ou 27,6 milhões de ações.
No entanto, o Goldman Sachs ressalta que isso poderia criar um overhang significativo para a XP, visto que a participação de 5% que deverá ser vendida pelo Itaú é avaliada em US$ 1,1 bilhão, o que representa 32 dias do volume médio de negociações diárias (ADTV, na sigla em inglês) de três meses da XP. Além disso, a fatia de 41%, avaliada em US$ 9,4 bilhões, corresponde a 264 dias do ADTV.
Finalmente, o Itaú teria direito de adquirir uma participação adicional de 11,5% na XP, corresponde a 63,5 milhões de ações ou US$ 2,6 bilhões, que também poderia ser alvo de desinvestimento e, consequentemente, criar ainda mais risco de overhang.
Em relação à sua tese de investimento, o Goldman aponta como principais riscos de upside melhoras no ambiente macro e taxas de juros baixas; o posicionamento único da XP no mercado brasileiro; e suas fortes taxas de crescimento.
Os maiores riscos de downside, por outro lado, são a dificuldade de prever a receita da empresa devido a informações limitadas sobre o mix e os níveis de precificação; um fortalecimento da concorrência; o fim da exclusividade com a IFA; e a necessidade de investimentos adicionais, limitando a expansão das margens.