Por Kenrick Cai e Max A. Cherney
MOUNTAIN VIEW, Estados Unidos - O Google apresentou nesta terça-feira novos smartphones Pixel com integrações mais profundas de sua tecnologia de inteligência artificial.
Os aparelhos foram lançados em evento no campus Bay View da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora da empresa. A primeira versão do Pixel foi lançada em outubro de 2016 e o evento marcou uma antecipação da data em que a companhia costuma fazer anuncios de aparelhos no setor.
A antecipação é a mais recente tentativa do Google de acompanhar os rivais na injeção de recursos de IA em seus produtos voltados para o consumidor final e ocorreu antes do lançamento de nova versão do iPhone pela Apple (NASDAQ:AAPL), prevista para setembro.
Em junho, a Apple anunciou que os dispositivos, incluindo a versão mais recente dos iPhones, receberiam atualizações que incluiriam o "Apple Intelligence", uma série de recursos de IA generativa em aplicativos nativos e uma integração com o ChatGPT, o chatbot desenvolvido pela OpenAI, apoiada pela Microsoft (NASDAQ:MSFT).
"Ultimamente, temos visto muitos anúncios de IA em um curto espaço de tempo. Acho que, se você for o Google, não vai querer esperar muito tempo", disse Linn Huang, analista da IDC.
As novas integrações de IA anunciadas nesta terça-feira incluem um recurso exclusivo para o Pixel que permite aos usuários pesquisarem informações armazenadas em capturas de tela. Os usuários do Android agora também podem usar o Gemini, o chatbot do Google, como uma sobreposição em outro aplicativo para terem respostas a perguntas ou gerarem conteúdo.
"Houve tantas promessas, tantas novidades e pouca utilidade no mundo real quando se trata de IA, e é por isso que hoje estamos nos tornando reais", disse Rick Osterloh, vice-presidente sênior de dispositivos e serviços do Google. "Estamos totalmente na era Gemini."
O Google fez várias demonstrações ao vivo das novas funções do Gemini, como um recurso de conversa por voz, embora uma tentativa de usar o Gemini para fazer referência cruzada de uma foto de um pôster de show com o aplicativo de calendário tenha precisado de três tentativas e dois dispositivos para ser executada com sucesso.
O Pixel 9, o modelo básico com tela de 6,3 polegadas, terá um preço inicial de 799 dólares, 100 dólares a mais do que o modelo anterior. Esse modelo e o Pixel 9 Pro XL, de 6,8 polegadas, começarão a ser vendidos no final de agosto, informou um porta-voz da empresa. O Pixel 9 Pro, que vem com recursos adicionais, como uma câmera melhor, e o Pixel 9 Pro Fold, com tela dobrável, terão vendas a partir de setembro.
Os novos aparelhos estão disponíveis para pré-venda a partir desta terça-feira nos EUA.
O Google detém menos de 1% de participação de mercado nas vendas globais de smartphones, de acordo com a IDC. A empresa está bem atrás da Samsung (KS:005930), que tem de 18,9% e da Apple, que tem 15,8%. Isso se deve, em parte, ao fato de o Google ter entrado em menos mercados e estar concentrado em segmentos de preços mais altos.
Nos Estados Unidos, a participação de 4,5% do Google o torna a quarta maior marca de smartphones, de acordo com a IDC.
Mas a linha Pixel também permitiu que o Google exibisse avanços e estimulasse o ecossistema de desenvolvedores em torno de seu sistema operacional Android, que é usado por empresas como a Samsung.
O Android representa uma das várias linhas de frente em que o Google está lutando contra os concorrentes para incorporar a IA de maneiras que os consumidores vão ter interesse em usar. Em maio, a empresa lançou uma série de atualizações de produtos essenciais, como seu mecanismo de pesquisa.
Os engenheiros da empresa redesenharam o exterior do Pixel e incluíram atualizações de câmera, bem como o novo chip Tensor G4, do próprio Google.
A companhia também anunciou novas versões de seu smartwatch, o Pixel Watch 3, e os fones de ouvido sem fio Pixel Buds Pro 2 nesta terça-feira.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))
REUTERS AAJ