São Petersburgo (Rússia), 5 set (EFE).- Os líderes das cinco economias mais pujantes do mundo que formam o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), pediram nesta quinta-feira maior envolvimento dos países desenvolvidos para estimular a demanda mundial e a confiança dos mercados.
Os líderes dos emergentes, que mantiveram hoje uma reunião informal durante a cúpula do G20 realizada em São Petersburgo (Rússia), advertiram sobre a fraqueza da recuperação econômica global e do alto nível de desemprego em alguns países, segundo a declaração final de seu encontro remetida aos meios de comunicação credenciados no fórum.
A reunião serviu para acercar posturas nas negociações sobre os aspectos concretos relativos à criação do Banco de Desenvolvimento do Brics, tais como a participação no capital a direção da nova entidade financeira internacional.
Ao mesmo tempo, os Brics insistiram na reforma das cotas fornecidas por diferentes países ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e sublinharam que estas devem ser de acordo com o peso real que os membros do fundo têm na economia mundial.
A reforma do FMI, que tem que dar mais peso aos países do grupo Brics, foi aprovada em 2010, mas não entrou em vigor por não ter sido ratificada até agora pelos Parlamentos de vários países- membros do Fundo, entre eles os Estados Unidos.
Por sua vez, os líderes do Brics reiteraram a preocupação pelos possíveis efeitos negativos da política monetária realizada por alguns países desenvolvidos.
O anúncio do Federal Reserve dos EUA sobre a intenção de colocar fim ao programa de flexibilização quantitativa, uma medida usada por alguns bancos centrais para injetar dinheiro na economia e estimular assim seu crescimento, chegou à cúpula como o tema que mais preocupa as economias emergentes.
As economias em desenvolvimento, sobre tudo as agrupadas no Brics, temem que o fim destes estímulos causem uma forte fuga de capitais especulativos de seus países, que poderia ser agravada por um virtual encarecimento do preço do dólar. EFE