SÃO PAULO (Reuters) -As ações da Hapvida (BVMF:HAPV3) recuavam quase 5% nesta segunda-feira, após grupo de serviços de saúde confirmar que fará uma oferta pública primária de ações para reforçar sua estrutura de capital, em operação na qual pode levantar até 1 bilhão de reais considerando lote adicional de ações e o preço da sexta-feira.
A empresa, uma das maiores do setor de saúde do país, afirmou no edital publicado no domingo à noite que a família controladora Pinheiro Koren de Lima vai subscrever um total de 360 milhões de reais da oferta.
A Hapvida vai disponibilizar um lote inicial de cerca de 330 milhões de ações ordinárias, com possibilidade de elevar esse volume em até 20%, ou cerca 65,9 milhões de papéis. A ação ON da Hapvida encerrou na sexta-feira a 2,62 reais, acumulando em 2023 uma queda de cerca de 48%, pressionada por impacto de alta de juros após uma série de aquisições e sinistralidade elevada do grupo.
"A companhia pretende utilizar integralmente os recursos líquidos provenientes da oferta para fortalecimento de sua estrutura de capital", afirmou a Hapvida no edital. A fixação do preço está prevista para 12 de abril.
Na semana passada, a empresa já havia anunciado a contratação de bancos para analisar a viabilidade da oferta subsequente, com alguns detalhes, bem como informou sobre a venda de 10 imóveis por 1,25 bilhão de reais para a família controladora, o que fez suas ações dispararem na ocasião.
Às 12:42, os papéis caíam 4,96 %, a 2,49 reais, entre as maiores baixas do Ibovespa, que cedia 0,72%.
Analistas do Citi afirmaram que a oferta de ações era amplamente esperada no mercado, mas acrescentou que o aumento de capital, somado ao acordo para a venda de imóveis anunciado recentemente, deve ajudar a remover um "overhang" nas ações.
Além disso, eles avaliam que ambos os movimentos também permitem que as discussões recentes de preocupações com o balanço migrem para a integração e a recuperação das margens, "ambas as quais, para sermos justos, permanecem bastante incertas", conforme relatório a clientes.
A equipe do Goldman Sachs (NYSE:GS) também observou que os termos finais da oferta já eram amplamente esperados e também disse que vê a potencial injeção de capital como positiva.
"A empresa está lidando com os riscos relacionados à sua posição de caixa para 2023, que se tornou uma das principais preocupações sobre a empresa após resultados decepcionantes no quarto trimestre do ano passado", afirmaram os analistas do Goldman em relatório a clientes.
(Por Paula Arend Laier, edição Alberto Alerigi Jr.)