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HRT prevê investimentos de US$75 mi em Polvo em até 9 meses, diz diretor

Publicado 15.10.2014, 20:37
HRT prevê investimentos de US$75 mi em Polvo em até 9 meses, diz diretor

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira brasileira HRT prevê investir 75 milhões de dólares em até nove meses no campo de Polvo, na Bacia de Campos, o que inclui gastos em manutenção de equipamentos e na perfuração de dois poços com uma sonda própria, afirmou nesta quarta-feira o diretor financeiro da petroleira, Ricardo Bottas.

A HRT financiará os investimentos com recursos obtidos no mercado, usando o óleo de Polvo como garantia.

"É possível que a gente consiga usar o próprio óleo para financiar esse desenvolvimento do campo de Polvo, é possível financiamento baseado em óleo para pagamento", afirmou Bottas em entrevista.

Em setembro, o presidente da companhia, Milton Franke, havia adiantado à Reuters tal possibilidade.

"O campo de Polvo é autossustentável inclusive no seu desenvolvimento", acrescentou o diretor financeiro, após a reportagem visitar nesta quarta-feira a plataforma que opera no local.

Os investimentos em Polvo, o único ativo que produz petróleo da companhia, devem estender a vida útil do campo em até dois anos, para até 2019, afirmou o executivo.

Em junho, Polvo estava produzindo 10,09 mil barris de óleo/dia.

Os executivos da HRT evitam informar expectativas de aumento da produção de Polvo.

Segundo Bottas, a empresa já foi penalizada antes por dar expectativas ao mercado sem fatores mais concretos.

PERFURAÇÕES

A empresa, segundo Bottas, apenas iniciará as perfurações dos dois poços planejados em Polvo após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovar a compra de participação de 40 por cento da Maersk no bloco.

Após a conclusão da compra, a HRT terá 100 por cento do ativo. Os valores da transação ainda são guardados em sigilo.

Além disso, a empresa necessita da aprovação de um novo plano de desenvolvimento da área pela ANP --a proposta ainda não foi apresentada. As etapas necessárias, na avaliação do executivo, não vão demorar muito para serem concluídas.

Isso porque a empresa espera para "logo" a aprovação da negociação, e a ANP, segundo Bottas, já vinha cobrando da antiga operadora da área (a BP) um novo plano de desenvolvimento para Polvo, assumido no início do ano pela HRT.

A plataforma fixa de Polvo contém uma sonda de perfuração acoplada, capaz realizar perfuração de poços horizontais que podem chegar até sete quilômetros de distância.

Entretanto, desde quando a BP assumiu o ativo, em 2010, não foi realizada nenhuma perfuração. Por isso, a sonda terá que passar por manutenções que devem custar cerca de 7 milhões de dólares, segundo explicou Franke.

A operadora do campo antes da BP, a Devon, realizou um total de 36 poços, entre 2007 e 2009, sendo 15 poços exploratórios e de extensão e 17 poços de desenvolvimento. Atualmente, há dez poços horizontais em produção e um injetor.

O ativo chegou a produzir um pico de 24 mil barris/dia entre 2008 e 2009, afirmou o gerente de Polvo, Luiz Monteiro.

Toda a produção dos poços é enviada da plataforma para um navio flutuante, que pertence à BW Offshore e tem capacidade de armazenamento de 1 milhão de barris.

CORTE DE GASTOS

Em meio a um processo de redução de custos, em curso há algum tempo, a petroleira vai se mudar para um novo escritório no próximo mês.

Além disso, até o fim do ano, a holding terá um total de 100 funcionários próprios e cerca de 200 terceirizados.

"Vamos ter no máximo 100 pessoas, (o escritório no Rio ocupará) um andar só, em Botafogo, e não mais na Avenida Atlântica, gastando 50 por cento menos", afirmou.

No fim de 2011, quando a HRT tinha quatro sondas em operação no Solimões e estava iniciando a campanha exploratória na Namíbia, a empresa chegou a ter 600 funcionários próprios.

De acordo com o presidente, Milton Franke, os terceirizados, há cerca de três anos, provavelmente somavam 2 mil pessoas.

A HRT busca ainda compradores para cinco helicópteros pesados, usados para o transporte de sondas, avaliados entre 4 e 5 milhões de dólares, cada.

Bottas frisou que a empresa está redimensionada para sua atual operação e, como exemplo, destacou que ele e Franke recebem hoje, em média, 45 por cento menos que os seus antecessores.

A queda do preço do petróleo não afetou a companhia, na média do ano, segundo Bottas. Duas cargas foram realizadas até meados do ano e uma terceira em setembro.

Uma quarta carga ainda não tem data prevista, devido a questões que precisam ser definidas com a saída da Maersk.

POSSÍVEIS AQUISIÇÕES

Bottas reiterou que a empresa busca adquirir novos ativos em produção na Bacia de Campos e que não fará novos investimentos em exploração na Namíbia, África, onde busca parcerias, e na Bacia do Solimões, no Amazonas.

A empresa chegou a gastar 2 bilhões de reais com investimentos em sísmica e perfurações na Namíbia e no Solimões.

"Há muitos ativos à venda", disse Bottas, referindo-se ao interesse da companhia por aquisições.

Segundo ele, a empresa já está em negociações para aquisição, mas ele preferiu não dar quaisquer detalhes.

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