Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista tinha o Ibovespa no azul nos primeiros negócios desta segunda-feira, acompanhando os futuros acionários nos Estados Unidos, mas a volatilidade por causa do coronavírus tende a continuar, em meio a incertezas sobre os efeitos nas economias de medidas de restrição de circulação de pessoas.
Às 10:17, o Ibovespa subia 2,4 %, a 75.190,96 pontos.
As units da Klabin (SA:KLBN11) dispararam na abertura após a companhia anunciar na noite de domingo a aquisição do negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper do Brasil por 330 milhões de reais.
Na sexta-feira, o Ibovespa à vista fechou em queda de 5,5%, a 73.428,78 pontos, mas acumulou alta de 9,48% na semana, que quebrou uma série de cinco semanas negativas, com perdas totais de mais de cerca de 40% no período.
"O crescimento exponencial de casos globais de coronavírus desencadeou respostas políticas massivas em todo o mundo. Porém, no curto prazo, a maior incerteza decorre do impacto dos bloqueios na atividade econômica", ressaltou o diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics, Ben May.
No exterior, o futuro do S&P 500 tinha acréscimo de mais de 1%, após recuar mais cedo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou no domingo as diretrizes de permanência em casa até o final de abril, depois de um assessor de saúde graduado ter dito que mais de 100 mil norte-americanos poderiam morrer durante a pandemia de coronavírus.
O começo da semana também é marcado pela queda nos preços do petróleo e do minério de ferro na China.
No Brasil, pesquisa Focus do Banco Central mostrou que economistas agora esperam contração da economia brasileira em 2020. [nL1N2BN0C4
A equipe da XP Investimentos também voltou a revisar projeção para o Ibovespa no final de 2020 citando "tempos de guerra", conforme relatório a clientes enviado no domingo.
"Revisamos o nosso 'target' para o Ibovespa ao final de 2020 para 94.000 pontos, de 132.000 pontos anteriormente, dado o forte impacto nos lucros das empresas esperado nos próximos trimestres. Acreditamos que a volatilidade seguirá elevada no mercado nos próximos meses."
(Edição de Maria Pia Palermo)