Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava se sustentar em alta nesta segunda-feira, mas com volatilidade diante das incertezas sobre os efeitos econômicos das medidas de restrição de circulação de pessoas para conter a epidemia de Covid-19
Às 11:48, o Ibovespa subia 1,31%, a 74.391,56 pontos. Na mínima até o momento, o Ibovespa caiu a 73.184,22. Na máxima, subiu a 75.429,74 pontos. O volume financeiro somava 5,43 bilhões de reais.
As units da Klabin figuravam entre os destaques positivos, após a companhia anunciar aquisição do negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper do Brasil por 330 milhões de reais.
Na ponta negativa, as ações da Petrobras pesavam, contaminadas pelo tombo dos preços do petróleo no exterior.
Na sexta-feira, o Ibovespa à vista fechou em queda de 5,5%, a 73.428,78 pontos, mas acumulou alta de 9,48% na semana, que quebrou uma série de cinco semanas negativas, com perdas totais de mais de cerca de 40% no período.
"O crescimento exponencial de casos globais de coronavírus desencadeou respostas políticas maciças em todo o mundo", ressaltou o diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics, Ben May. "Porém, no curto prazo, a maior incerteza decorre do impacto dos bloqueios na atividade econômica."
Pesquisa Focus do Banco Central mostrou nesta segunda-feira que economistas agora esperam contração da economia brasileira em 2020. [nL1N2BN0C4]
A equipe da XP Investimentos também voltou a revisar projeção para o Ibovespa no final de 2020 citando "tempos de guerra", conforme relatório a clientes enviado no domingo.
"Revisamos o nosso 'target' para o Ibovespa ao final de 2020 para 94.000 pontos, de 132.000 pontos anteriormente, dado o forte impacto nos lucros das empresas esperado nos próximos trimestres."
No exterior, o S&P 500 tinha acréscimo de mais de 1%, também contribuindo positivamente com o pregão brasileiro.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prorrogou no domingo as diretrizes de permanência da população em casa até o final de abril.
DESTAQUES
- KLABIN UNIT (SA:KLBN11) avançava 10% após anunciar aquisição do negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper do Brasil a valor equivalente a um múltiplo estimado de 4x EV/Ebitda após a captura integral das sinergias. No setor, SUZANO (SA:SUZB3) ON subia 6%.
- VALE ON (SA:VALE3) tinha elevação de 4%, apesar do declínio dos preços do minério de ferro, fornecendo algum suporte para o Ibovespa.
- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) valorizava-se 12,7%, no primeiro pregão após reportar lucro líquido de 3,1 bilhões de reais no quarto trimestre do ano passado, um resultado 77% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando foi afetado positivamente por efeitos não recorrentes.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caíam 1,1% e 0,2%, respectivamente, na esteira do tombo dos preços do petróleo no exterior, em meio a preocupações com a demanda.
- BR DISTRIBUIDORA ON recuava 3,3%, refletindo perspectivas menores de demanda por combustível em razão das restrições decorrentes da pandemia do coronavírus. ULTRAPAR ON (SA:UGPA3) caía 3,7%.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) tinha acréscimo de 3,4% e ITAÚ UNIBANCO PN mostrava variação positiva de 1,8%. A Fitch Ratings cortou a perspectiva para o setor de bancos no Brasil, citando a piora do surto global de coronavírus. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) subia 1,9%.