Ibovespa cai em meio a temor de recessão nos EUA, mas terminará abril com alta forte

Publicado 30.04.2025, 12:10
© Reuters.  Ibovespa cai em meio a temor de recessão nos EUA, mas terminará abril com alta forte

O Ibovespa caiu na manhã desta quarta-feira, 30, que marca o último dia de abril, após sete pregões seguidos de alta, em meio à desvalorização das commodities e das bolsas internacionais. Em meio a uma agenda forte hoje, pesa mais a queda inesperada do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.

O PIB dos EUA recuou ao ritmo anualizado de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, frustrando expectativas de alta de 0,1%. O indicador eleva entre analistas a percepção de recessão da maior economia do globo, na esteira das tarifas implementadas pelo presidente Donald Trump. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do país recuou 0,1% em março ante fevereiro. Na comparação anual, houve alta de 2,3%, acima da meta de 2,00%.

"Há potencial de uma recessão nos EUA, tem uma série de fatores deflacionários para o Brasil, que podem fazer com que o Banco Central reduza o ritmo de alta da Selic para 0,25 ponto porcentual na semana que vem", estima Felipe Moura, analista da Finacap.

Após abrir aos 135.094,43 ponto, com variação zero, o Ibovespa subiu 0,02%, na máxima de 135.116,29 pontos, mas logo perdeu força. Há pouco, aprofundou a queda e renovou mínima, à medida em que as bolsas americanas pioravam.

Às 11h38, cedia 0,62%, aos 134.258,62 pontos.

O índice Nasdaq cai em torno de 2,00%. O petróleo recuava em torno de 1,40% e o minério de ferro fechou em baixa de 0,78% hoje em Dalian, após dados fracos PMIs chineses.

"O PIB surpreendeu negativamente e eleva o temor de uma recessão nos Estados Unidos, o que pode fazer com que o banco central de lá tenha de reduzir os juros para animar a economia. Isso não seria ruim e também poderia fazer com que o BC daqui comece a reduzir a Selic. Isso seria positivo para os ativos brasileiros", pontua Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.

Contudo, um eventual desaquecimento da economia tende a ser desfavorável para todo o mundo. "Começa a se desenhar um quadro de estagflação nos EUA, tudo o que o presidente do Fed queria evitar", diz o sócio da Blue 3. Por ora, contudo, o recuo do Índice Bovespa é moderado em relação às bolsas americanas. "Ainda opera um pouco no contexto da última semana, que começou a registrar entrada de fluxo de capital estrangeiro", acrescenta Oliveira.

Em meio à expectativa de que o Brasil se beneficie da guerra comercial sino-americana, o ingresso de recursos do exterior pode continuar, conforme Moura, da Finacap. "Há uma diferenciação clara entre países emergentes e Estados Unidos. O dólar americano está enfraquecendo cada vez mais", cita.

A agenda forte de indicadores desta quarta-feira que antecede o feriado no Brasil e na Europa - mercados americanos abrem amanhã - se junta ao noticiário corporativo. Destaque à queda do PMI chinês, em meio à guerra comercial sino-americana.

Além de balanços informados como Santander Brasil (BVMF:SANB11) e Weg (BVMF:WEGE3), os investidores avaliam os dados de produção do primeiro trimestre da Petrobras (BVMF:PETR4) e da Braskem (BVMF:BRKM5).

Ontem, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,06%, aos 135.092,99 pontos, distante da máxima intradia de 136.149,74 pontos, quando avançou 0,84% - maior nível em 7 meses. De todo modo, está perto de alcançar seu melhor nível em todos os tempos, que é na faixa dos 137 mil pontos. Da mesma maneira, caminha para alcançar a maior taxa mensal desde 2020.

Até as 11h40, tinha ganhos de 3,00% em abril.

Entre as divulgações, saíram a taxa Pnad Contínua, que ficou em 7,0%, igual à mediana. Também foi informado o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras (BVMF:ELET3)).

Houve superávit primário de R$ 3,588 bilhões em março, informou o Banco Central. Esse resultado é o maior para o mês desde 2022. O resultado ficou acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava superávit de R$ 600 milhões.

Quanto aos balanços, o Santander Brasil teve lucro líquido gerencial, que desconsidera o ágio de aquisições, de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 27,8% no comparativo anual, enquanto na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a variação foi positiva em 0,2%. A Unit do banco subia 1,48%.

Já a Weg registrou um lucro líquido de R$ 1,546 bilhão no primeiro trimestre de 2025, o que representa alta de 16,4% ante o apurado em igual período de 2024. Em relação ao último trimestre do ano passado, houve redução de 8,8%. Weg despencava 10,48%.

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