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Ibovespa fecha em queda de 0,87%, com Ômicron e Powell

Publicado 30.11.2021, 16:10
© Reuters.  Ibovespa fecha em queda de 0,87%, com Ômicron e Powell
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Nem mesmo a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios em seu primeiro desafio no Senado, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi suficiente para segurar o mau humor que imperou na bolsa brasileira hoje. A perspectiva de que os Estados Unidos acelerem a retirada de estímulos, o tapering, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reconhecer que a inflação deve seguir elevada até o meio do ano que vem, se uniu às incertezas dos últimos dias pela ameaça da nova variante da covid-19, Ômicron, e levou o Ibovespa ao pior nível de fechamento desde 6 de novembro do ano passado (100.925,11 pontos)

Após operar boa parte da tarde no patamar dos 100 mil pontos, o índice fechou cotado em 101.915,45 pontos, queda de 0,87%. O resultado de hoje consolidou o quinto recuo mensal seguido do principal índice da bolsa brasileira, de 1,53%. Uma queda tão extensa não é vista desde 2013. Em 2021, o índice acumula perda de 14,37%.

Pela manhã, o Ibovespa chegou operar no positivo, quando tocou a máxima do dia, aos 103.066,44 e alta de 0,25%. No entanto, entrevista do CEO da farmacêutica Moderna (NASDAQ:MRNA), Stéphane Bancel, prevendo que as vacinas existentes serão muito menos eficazes no combate à nova cepa de coronavírus do que as anteriores, começou a azedar o humor ainda na primeira etapa dos negócios.

No início da tarde, as declarações do presidente do Fed selaram o tom do que seria o restante da sessão. Após Powell reconhecer ao Comitê Bancário do Senado que a inflação dos Estados Unidos deve ficar elevada até meados do ano que vem e que "talvez seja adequado" encerrar o tapering, como é conhecido o processo de redução do volume de compra de títulos, alguns meses antes, o Ibovespa perdeu, em 10 minutos, o patamar dos 102 mil pontos e, rapidamente, dos 101 mil. Na mínima do dia, chegou a 100.074,61 (-2,6%). O movimento acompanhou a derrocada das bolsas americanas, com os principais índices em Nova York caindo acima de 1,5%. O Dow Jones fechou o dia em queda de 1,86%.

"Quando o Powell abriu a boca, a bolsa degringolou. Ele sempre teve esse discurso de que inflação é passageira, que é transitória, que não é para se preocupar. E hoje ele virou o lado e confirmou que traz preocupação essa inflação mais persistente e o resultado foi claro", destacou Helder Wakabayahi, analista de investimentos da Toro, completando: "A gente vê um possível aumento de juros nos EUA, o pessoal vai tentar buscar investimento de menos risco, o que impacta a gente demais, sai capital daqui".

Após as declarações de Powell, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, completou ainda que, embora as últimas projeções mostrem que a inflação está desacelerando para mais perto da meta de 2% no próximo ano, há razões para temer que ela possa ser mais persistente do que o esperado.

Os ativos chegaram a ter uma leve melhora no meio da tarde - que não se sustentou -, quando o relatório do senador Fernando Bezerra para a PEC dos Precatórios foi aprovado na CCJ. O ânimo voltou a melhorar, com o índice recuperando os 101 mil pontos, quando Bezerra afirmou que o governo teria votos para aprovar a PEC no plenário do Senado ainda hoje. O mercado monitora, contudo, quais serão as mudanças negociadas no texto para que o Palácio do Planalto consiga maioria para aprovar a proposta.

O texto muda a regra do teto de gastos e abre R$ 106,1 milhões no Orçamento, manobra feita sobretudo para comportar o Auxílio Brasil estendido desejado pelo presidente Jair Bolsonaro. Apesar de complicar ainda mais a confiança nas contas públicas, o entendimento é de que qualquer outra solução à essa altura só traria mais incertezas e, possivelmente, ainda mais estragos à confiança do investidor.

O sócio da Finacap Investimentos, Alexandre Brito, pontua que, apesar de as incertezas externas em relação a uma nova onda de covid-19 e à nova variante, ao efeito da inflação e da normalização monetária no crescimento global pesarem nas bolsas ao redor do mundo e, sobretudo, em emergentes, o índice brasileiro tem sofrido com mais intensidade pela ameaça política aos fundamentos fiscais do país. Segundo ele, isso responderia por boa parte da derrocada dos últimos cinco meses.

"O Brasil foi o país que mais sofreu, se pegar os mercados emergentes, a bolsa brasileira em dólar, a nossa moeda se desvalorizou muito em relação às demais, foi realmente a grande questão aguda. A gente sofreu bem mais do que os demais", disse. Em dólar, o Ibovespa encerrou novembro em 18.084 pontos.

Para dezembro, a expectativa dos analistas não é boa. Com o ciclo de alta de juros para conter a inflação, a migração de investidores da bolsa para a renda fixa deve continuar ocorrendo. "Não estou animado. Se for algo bom, é aprovar essa PEC (dos precatórios), mas não sei se vai dar tempo. Se aprovar pode dar uma segurada de preços", pontuou Wakabayahi, da Toro. O Ibovespa para dezembro caía 0,82% às 18h22, aos 102.465 pontos.

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