Por Peter Frontini
SÃO PAULO (Reuters) - Após acumular alta de 3,5% nas últimas quatro sessões, o Ibovespa voltou a cair nesta terça-feira, pressionado por fraqueza em Wall Street, com ações de bancos se ajustando após seguidas altas e varejistas liderando perdas após a chegada do serviço Amazon (NASDAQ:AMZN) Prime ao Brasil.
O Ibovespa fechou em queda de 0,14 por cento, a 103.031,50 pontos. O volume financeiro somou 17,4 bilhões de reais.
Em Wall Street, a queda nas ações de empresas de tecnologia pesou sobre os índices acionários, também afetados por preocupações sobre o crescimento global após dados econômicos chineses apontarem desaceleração da segunda maior economia do mundo. O S&P 500 teve oscilação positiva de 0,03%, Dow Jones avançou 0,3%, mas o Nasdaq recuou 0,04%.
O viés no exterior foi brevemente mitigado após a notícia de que a China deve passar a comprar mais produtos agrícolas dos Estados Unidos na esperança de obter um melhor acordo comercial, publicou o South China Morning Post, citando fonte.
No noticiário corporativo nacional, se destacou a chegada ao Brasil do serviço de assinatura Prime, da Amazon, pressionando os papéis de empresas do varejo.
Analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) avaliaram em nota a clientes que este é mais um movimento de expansão do negócio da Amazon no Brasil e que pode pressionar os papéis da B2W (SA:BTOW3) e Magazine Luiza (SA:MGLU3) no curto prazo.
Apesar disso, e de reconhecer o movimento e a força global da Amazon, a equipe do BTG ressaltou que varejistas locais vêm investindo em aumento de tráfego e sortimento de produtos em suas plataformas, além de um melhor nível de serviço, "os quais são, em nossa visão, três pilares fundamentais para se ter sucesso no e-commerce brasileiro e que fazem com que estejam mais bem preparados para a consolidação do mercado local".
DESTAQUES
- B2W despencou 4,8%, VIA VAREJO cedeu 3,7% e MAGAZINE LUIZA perdeu 5,5%, após a Amazon anunciar o lançamento do Prime no Brasil, serviço que inclui frete gratuito para todo o país e prazo de entrega máximo de 48 horas em mais de 90 municípios. Em Nova York, MERCADO LIVRE recuou 4,2%, enquanto os papéis da Amazon caíram 1%.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,9%, também ajustando após forte valorização recente no setor como um todo, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) fechando em queda de 2,2%. O Índice Financeiro da bolsa pesou sobre o Ibovespa, com recuo de 1,07%, após acumular alta de 5,84% nas últimas quatro sessões.
- JBS (SA:JBSS3) fechou em estabilidade, após dois pregões em queda e fechar em cotação recorde na última quinta-feira, a 30,24 reais. No setor, MARFRIG (SA:MRFG3) também não mostrou variação, após forte valorização na véspera e no começo do pregão. BRF (SA:BRFS3) avançou 2,6%.
- KROTON (SA:KROT3) e YDUQS subiram 3,3% e 3,4%, entre as maiores altas, tendo de pano de fundo avaliações de que o setor de educação figura entre os mais protegidos da turbulência externa e que tende a se beneficiar da aguardada retomada da economia brasileira enquanto a educação pública segue alvo de cortes de orçamento.
- GERDAU PN (SA:GGBR4) avançou 3,1%, tendo no radar que o fundo norte-americano Capital lnternational lnvestors elevou a participação na siderúrgica para o equivalente a 10,08% das preferenciais da empresa. Reportagem do Estadão também traz que o desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu ação penal contra 4 executivos da Gerdau. A suspensão, em caráter liminar, tem validade até a análise do mérito do pedido. No setor, CSN (SA:CSNA3) subiu 3%. Usiminas (SA:USIM5) avançou 0,36%, após saltar cerca de 8% na véspera.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) valorizaram-se 0,6% e 0,8%, respectivamente, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior.
- VALE (SA:VALE3) subiu 0,7% em meio a uma nova alta dos preços do minério de ferro na China e após forte ganho da véspera, que fez a cotação fechar na máxima em mais de um mês.