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Ibovespa recua com cautela antes de eleição, mas Bolsonaro forte na disputa garante ganho semanal

Publicado 05.10.2018, 19:02
© Reuters. Homem passa por gráfico de cotações na Bovespa
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, com agentes financeiros reduzindo exposição a ações brasileiras antes do primeiro turno da eleição presidencial no domingo, mas a semana foi positiva, conforme o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ampliou a sua liderança na disputa nas últimas pesquisas eleitorais.

O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,76 por cento, a 82.321,52 pontos, perdendo fôlego à tarde após o ritmo mais positivo verificado no começo do dia, quando chegou a subir 1 por cento. O volume financeiro somou 14,89 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 3,76 por cento.

Levantamento do Datafolha confirmou na quinta-feira a tendência de crescimento de Bolsonaro, mostrando o candidato com 35 por cento da preferência do eleitorado, enquanto Fernando Haddad (PT) registrou 22 por cento. Durante a semana, outras sondagens já tinham mostrado cenário parecido.

Para o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, a queda nesta sessão é natural, dada a relevância do evento no domingo e a semana bastante positiva na bolsa. "Investidores estão colocando um pouco no bolso, assumindo uma posição mais cautelosa", afirmou.

Villegas trabalha com um cenário de segundo turno para a eleição, mas não descarta uma vitória de Bolsonaro já no primeiro turno. "Não me surpreenderia", afirmou, citando que o mercado está trabalhando com uma chance de 30 por cento de a eleição ser definida daqui a dois dias.

A preferência no mercado financeiro por Bolsonaro é apoiada no seu assessor econômico, o economista liberal Paulo Guedes, oriundo do mercado, mas também a um sentimento anti-PT, após a deterioração de indicadores econômicos principalmente no governo de Dilma Rousseff.

O último pregão da semana teve como pano de fundo o declínio das bolsas nos EUA, pressionadas pela alta dos rendimentos dos Treasuries, após dados de emprego em setembro endossarem a visão no mercado de que o Federal Reserve, o banco centrao norte-americano, continuará elevando os juros gradualmente.

Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,55 por cento.

DESTAQUES

- VALE fechou em baixa de 2,23 por cento, em linha com o declínio de mineradoras no exterior, contaminando BRADESPAR PN (SA:BRAP4), holding que concentra investimentos em Vale (SA:VALE3), que caiu 3,02 por cento. Papéis do setor siderúrgico também figuraram entre as maiores quedas, como GERDAU PN (SA:GGBR4), que caiu 2,5 por cento.

- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) avançou 1,77 por cento, descolando do desempenho dos bancos privados na expectativa do resultado de domingo. BRADESCO PN (SA:BBDC4) e ITAÚ UNIBANCO PN caíram 1,49 e 0,34 por cento, respectivamente, também entre as maiores pressões de baixa.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) cedeu 0,25 por cento, em sessão volátil. Até a véspera, as ações da petrolífera de controle estatal acumulavam na semana elevação de quase 14 por cento.

- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) teve ganho de 1,53 por cento, na esteira de apostas para o resultado da eleição presidencial.

- CEMIG PN (SA:CMIG4) valorizou-se 7,45 por cento, também influenciada por expectativas eleitorais, com pesquisa Datafolha divulgada na véspera mostrando o candidato do PSDB, Antonio Anastasia, à frente na disputa pelo governo de Minas Gerais, que controla a elétrica.

© Reuters. Homem passa por gráfico de cotações na Bovespa

- CVC (SA:CVCB3) BRASIL avançou 4,8 por cento, após divulgar que as reservas confirmadas de viagens somaram 3,48 bilhões de reais no terceiro trimestre. Em totais, o número representa um aumento de 30,8 por cento ante mesma etapa de 2017. Na comparação pró-forma, que desconsidera eventos não recorrentes, o aumento foi de 10,8 por cento, também ano a ano.

- FORJAS TAURUS ON e FORJAS TAURUS PN saltaram 46,44 e 12,45 por cento, ampliando os ganhos na semana para cerca de 130 e 50 por cento, respectivamente, com forte aumento do volume nos úlltimos pregões. Operadores atrelam o movimento dos papéis da fabricante de armas ao desempenho de Bolsonaro na corrida presidencial, uma vez que ele tem entre as bandeiras reforçar a segurança pública e flexibilizar regras para concessão do porte de armas.

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