Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa firmou-se em alta nesta quinta-feira, renovando recorde intradia no começo da tarde, após uma manhã volátil, véspera de feriado nacional e com rico noticiário corporativo, incluindo o balanço do Bradesco, enquanto agentes financeiros seguem monitorando novidades sobre a equipe e os planos do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Às 12:34, o índice de referência do mercado acionário brasileiro Ibovespa subia 1,42 por cento, a 88.668 pontos. Na máxima da sessão até o momento, o índice subiu para 88.813,4 pontos -- nova máxima histórica intradia. Na mínima desta sessão, mais cedo, recuou 0,38 por cento. O volume financeiro somava 7,2 bilhões de reais.
De acordo com análise técnica do Itaú BBA divulgada mais cedo, o Ibovespa segue em tendência de alta e poderia ganhar "novo impulso em direção a 91.700 e 95.300 pontos" se conseguisse superar os 88.400 pontos.
Wall Street endossava os ganhos no pregão paulista, com os principais índices acionários no azul, apoiados em resultados trimestrais robustos e após forte queda em outubro.
Estrategistas aguardam continuidade da volatilidade no mercado brasileiro em novembro, mas veem espaço para a manutenção do viés ascendente na bolsa, em meio a expectativas de uma agenda econômica positiva para o país a ser implementada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, de acordo com recomendações para o mês compiladas pela Reuters.
DESTAQUES
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançava 3,32 por cento, após aumento de 13,7 por cento no lucro líquido recorrente do terceiro trimestre na comparação anual, para 5,471 bilhões de reais, com um recuo nas provisões para perdas com empréstimos duvidosos. O retorno sobre o patrimônio líquido de 19 por cento superou as previsões dos analistas. BRADESCO ON (SA:BBDC3) subia 4,13 por cento, uma das maiores altas do Ibovespa.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) valorizava-se 1,08 por cento, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,16 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) perdia 2,06 por cento.
- GOL (SA:GOLL4) tinha elevação de 3,48 por cento, apesar do prejuízo líquido de 409 milhões de reais no terceiro trimestre, devido principalmente à depreciação do real e aos preços mais elevados do petróleo. A maior companhia aérea do país manteve boa parte das previsões para o ano, melhorando o dado sobre alavancagem apurada pela métrica dívida líquida/Ebitda para 2,6 vezes ante 2,8 vezes anteriormente.
- B2W (SA:BTOW3) caía 6,7 por cento, maior queda do Ibovespa, após reportar prejuízo líquido no terceiro trimestre de 105,8 milhões de reais, com alta de despesas com vendas e administrativas mais que ofuscando um crescimento da receita. LOJAS AMERICANAS PN (SA:LAME4) perdia 0,43 por cento, contaminada pelos números da sua controlada, apesar de alta no lucro do período de julho a setembro.
- CCR (SA:CCRO3) valorizava-se 3 por cento, após um consórcio da empresa vencer o leilão de concessão da Rodovia de Integração do Sul (RIS), ofertando um deságio de 40,53 por cento sobre a tarifa teto de pedágio estabelecida no edital do leilão. A CCR ofereceu uma tarifa de pedágio 4,30545 reais, ante tarifa teto de 7,24 reais.
- LOJAS RENNER tinha subia 1 por cento, tendo no radar que o conselho de administração da varejista de moda aprovou nesta quinta-feira o início da transição em sua diretoria, escolhendo o Fabio Adegas Faccio, atual diretor de Produto, como sucessor do diretor presidente, José Galló, a partir de 18 de abril de 2019, disse a empresa em fato relevante.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 1 por cento, apesar da fraqueza dos preços do petróleo, tendo de pano de fundo notícia de que a companhia assinou na quarta-feira acordo para venda de sua participação de 50 por cento na joint venture holandesa Petrobras Oil & Gas (PO&GBV), que detém ativos na Nigéria, por um valor total de até 1,53 bilhão de dólares. PETROBRAS ON (SA:PETR3) subia 0,20 por cento.
- VALE (SA:VALE3) avançava 2,1 por cento, em sessão de alta de ações de mineradoras também no exterior.
(Por Paula Arend Laier)