Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O impacto da redução da alíquota de compulsório sobre depósitos à vista teve impacto pequeno ou neutro para os bancos, disse nesta terça-feira o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Cândido Bracher.
No fim de março, o BC reduziu de 40 para 25 por cento a parcela do compulsório dos depósitos à vista que as instituições financeiras são obrigadas a recolher à autoridade monetária. Mas os bancos eram autorizados a deduzir do cálculo do compulsório os recursos nos caixas eletrônicos, o que foi revogado.
"Dá quase no mesmo", disse Bracher a jornalistas durante evento promovido pelo banco com investidores.
No dia da divulgação pelo BC, especialistas haviam dito à Reuters a mudança teria efeito limitado na tentativa de fazer o sistema baratear a oferta de crédito.
Segundo Bracher, a demanda por crédito no Brasil tem crescido gradualmente em todas as linhas nos primeiros meses de 2018, com exceção da voltada para grandes empresas.
CHEQUE ESPECIAL
Para o presidente-executivo do Itaú Unibanco, as mudanças anunciadas nesta manhã pela entidade que representa os bancos, Febraban, é um esforço do setor para aumentar a conscientização dos clientes sobre o uso do cheque especial, uma das linhas de crédito mais caras do mercado.
De acordo com a Febraban, os bancos passarão em julho a ofertar aos usuários do cheque especial uma opção de linha de crédito com juros mais baixos. O parcelamento do saldo devedor será oferecido para clientes que tenham usado o cheque especial por 30 dias seguidos, com uso de mais de 15 por cento do limite disponível.
"Faz parte de um processo de educação financeira", disse Bracher, que disse não saber ainda os eventuais impactos da mudança sobre indicadores de rentabilidade e de inadimplência do Itaú Unibanco.
(Por Aluísio Alves)