Roma, 10 jun (EFE).- A imprensa italiana destaca neste domingo a particularidade do empréstimo de até cem bilhões de euros que o Eurogrupo acertou conceder à Espanha para sanear seu sistema financeiro, incidindo nas diferenças que existem com os países já resgatados, Grécia, República da Irlanda e Portugal.
Os principais periódicos mostram nas manchetes o fato de que o empréstimo estipulado no sábado na teleconferência do Eurogrupo - da qual participou o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, na qualidade de titular de Economia - seja só para os bancos e não traga novas exigências de austeridade para o Estado espanhol.
O jornal econômico de Milão "Il Sole 24 Ore" assegura que o acordo do empréstimo chega depois que o Governo da Espanha "cedeu às pressões internacionais" e que esta ajuda será feita em troca de uma reestruturação do setor de crédito, embora "o desafio agora seja negociar os detalhes técnicos de um acordo financeiro que no sábado era substancialmente político".
O "Corriere della Sera", que como os outros jornais trazem na manchete a quantidade de dinheiro máxima que essa ajuda vai representar, destaca que "a Europa salvará os bancos espanhóis em troca da reforma financeira".
O jornal diz que a intenção do Eurogrupo com este empréstimo aos bancos espanhóis é a de "evitar um eventual contágio em outros países da moeda única", e no fato de que os três países já resgatados possam agora pedir uma renegociação de seus compromissos adquiridos dadas as condições nas quais Madri receberá esta ajuda.
O romano "La Repubblica" ressalta o fato de que este empréstimo estipulado para a Espanha não trará nenhuma medida adicional de austeridade e cita palavras que Monti pronunciou a seus mais estreitos colaboradores após participar da teleconferência do Eurogrupo.
Toda a imprensa relaciona a informação sobre o empréstimo aos bancos espanhóis com as declarações do governador do Banco da Itália, Ignazio Visco, que advertiu do momento "desalentador" da economia e finanças globais e alertou que a "emergência econômica" italiana ainda não terminou. EFE