(Corrige no 4º parágrafo o mês da prisão de Marcelo Odebrecht para junho, em lugar de julho)
BRASÍLIA (Reuters) - Os empresários Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Léo Pinheiro, da OAS, presos no âmbito da operação Lava Jato, negociam um acordo entre eles para depois tratarem de uma possível colaboração premiada simultânea com o Ministério Público Federal, segundo reportagem do jornal O Globo nesta terça-feira.
Odebrecht e Pinheiro, que comandavam as duas maiores empreiteiras envolvidas no esquema bilionário de corrupção na Petrobras (SA:PETR4), querem fechar o acordo de delação ao mesmo tempo para salvar as duas empresas até mesmo de uma eventual falência caso as investigações da Lava Jato se prolonguem, de acordo com o jornal, que disse ter obtido a informação de uma pessoa ligada a um dos executivos.
A defesa de Marcelo Odebrecht negou, em nota, que o empresário tenha aderido à delação premiada, e reiterou que ele está "à disposição das autoridades para prestar os devidos esclarecimentos". Um porta-voz da OAS não respondeu de imediato a um pedido por comentário.
Odebrecht está preso desde junho do ano passado sob suspeita de corrupção, enquanto Pinheiro está em prisão domiciliar. Ambos podem receber redução de sentença se fecharem acordos de colaboração. Os dois empresários estão entre os mais destacados executivos presos pela Lava Jato, ambos acusados de terem ligação com políticos, principalmente da base governista, segundo os promotores.
A estratégia de delação premiada tem sido amplamente usada nas investigações do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.
Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ser citado em uma eventual delação de Pinheiro. Na sexta-feira, Lula foi alvo de mandado de condução coercitiva da Polícia Federal para prestar depoimento. [nL2N16C1TX]
(Por Silvio Cascione)