Por Guy Faulconbridge e Pavel Polityuk
MOSCOU/KIEV (Reuters) - Moscou disse que artilharia ucraniana atingiu uma cidade dentro da Rússia pela terceira vez nesta semana e relatou ataques de drones em duas refinarias de petróleo russas nesta quarta-feira, enquanto bombardeios ucranianos no leste da Ucrânia ocupado pela Rússia mataram cinco pessoas.
Não houve comentários imediatos da Ucrânia sobre os relatos russos, em uma semana em que os dois países se acusaram de espalhar o terror em suas capitais com ataques aéreos, no momento em que a Ucrânia prepara uma investida apoiada pelo Ocidente para acabar com a invasão russa.
Milhares de civis foram mortos na Ucrânia desde que as forças de Moscou invadiram 15 meses atrás, mas terça-feira marcou apenas a segunda vez que Moscou ficou sob fogo direto, embora instalações militares e de petróleo na Rússia tenham sido atingidas.
Na cidade russa de Shebekino, dois de quatro feridos foram hospitalizados e os projéteis danificaram um prédio de apartamentos, quatro casas e uma escola, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov.
Na segunda-feira, Gladkov afirmou que duas instalações industriais na cidade foram atingidas e no sábado que ele foi atacado por artilharia ao tentar entrar na cidade, cerca de 7 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia.
O Kremlin disse estar preocupado com o bombardeio.
Ambos os lados dizem que visam o acúmulo de forças e equipamentos militares da outra parte antes da contraofensiva da Ucrânia, que ocorreria em dias ou semanas, para tentar expulsar as forças russas de seu leste e sul.
Autoridades instaladas pela Rússia na região de Luhansk, no leste da Ucrânia -- uma das quatro que Moscou alega ter anexado -- disseram que a Ucrânia usou lançadores de foguetes Himars fabricados nos Estados Unidos para atacar uma fazenda na vila de Karpaty durante a noite, matando cinco pessoas e ferindo 19.
O Estado-Maior da Ucrânia afirmou que suas forças se defenderam de 22 ataques russos no leste da Ucrânia no último dia e que aeronaves ucranianas realizaram 11 ataques contra pessoal e equipamentos militares russos, sem especificar onde.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que empurrou as forças ucranianas para perto de dois assentamentos na região de Donetsk, parte de uma linha de frente de 1.000 km que mal se moveu apesar de meses de batalhas extenuantes que custaram dezenas de milhares de vidas.
Também afirmou que destruiu o "último navio de guerra" da Ucrânia durante um ataque com mísseis em Odessa, sem fornecer provas.
Oleh Chalyk, porta-voz da Marinha ucraniana, se recusou a comentar, dizendo que não responderia a nenhuma afirmação feita pela Rússia.
Ele disse que a Marinha não divulgaria nenhuma informação sobre perdas durante a guerra.
A Reuters não conseguiu verificar os relatos de nenhum dos lados.