Investing.com - O ambiente econômico da América Latina não é convidativo para o investimento de risco. O capital disponível, proporcionalmente menor do que o encontrado em economias avançadas, é direcionado para aplicações seguras, como a renda fixa em economias com sistema financeiro sofisticado como a brasileira ou investimentos em dólar ou no exterior em economias em crise, como a Argentina.
Assine o InvestingPro: Tenha 15% de desconto com cupom “investirmelhor”
O risco é maior se o investimento for no setor de biotecnologia na América Latina, pois a região não é conhecida pela alta qualificação científica da população. O investidor e cientista chileno Cristian Hernandez provou o contrário com o fundo Zentynel Frontier Investments. Com sua experiência no setor, Hernandez já disponibilizou, juntamente com quatro sócios, mais de US$ 16 milhões em projetos e startups em diversas regiões das Américas e Europa, sendo que 70% direcionado para o mercado brasileiro.
E ele pretende ampliar os investimentos para US$ 25M até o fim de 2024, além de estar nos planos a criação de um novo fundo maior a partir do ano que vem, podendo atingir até US$ 100 milhões.
O que uma startup precisa para receber investimentos
Em entrevista para o Investing.com, Hernandez apresentou as métricas que ele vê como relevante para uma startup de biotecnologia receber um aporte milionário de um fundo de venture capital semelhante ao Zentynel Frontier Investments. O primeiro critério é ter dados bons para apresentar alguma eficácia no trabalho. “A ciência é muito convincente”, diz Hernandez.
O segundo critério é o empreendedor de biotecnologia ter alguma descoberta, propriedade que funciona. “O melhor é através de patentes, mas não precisa ser uma obrigação, mas é preferível porque é mais fácil para monetizar”, prossegue o cientista.
Por fim, a startup precisa de pessoas qualificadas. “Não são apenas cientistas, mas também pessoas que entendam de gestão, de assuntos regulatórios, liderança e assim por diante”.
Tudo isso para conseguir o mais importante: o financiamento e os conselhos de investidores, muitos com experiência na área. “Esse mix permite que sua empresa possa ser investida em outros lugares do mundo e que, dependendo do mercado, levante dinheiro em mercados onde a startup deseja fazer negócios”.
Como o investidor deve avaliar uma startup de biotecnologia
Hernandez aponta a necessidade de que o investidor na área precisa de conhecimento na área. Caso contrário, estará em desvantagem, pois o investidor precisa saber a melhor maneira de avaliar rapidamente se o produto da startup funciona e se a empresa é promissora.
“Por isso, é importante ver se pessoas em quem você confia, são renomadas e idôneas também estão considerando investir na empresa”, diz o cientista investidor. “Então, precisa saber quem faz parte do conselho da empresa, quem a está incubando, se teve outros investidores, se os fundadores já publicaram suas pesquisas em periódicos renomados, e assim por diante”, prossegue.
E, por fim, Hernandez apresenta uma característica essencial de que os fundadores da empresa devem ter para receber suas dicas e orientações. “Se eles podem realmente ouvi-lo e trabalhar contigo”, afirma. “Caso contrário, será difícil eles aceitarem suas sugestões e conselhos. E isso é fundamental porque você, como investidor, não administrará a empresa”, finaliza.