Investing.com - As atenções dos operadores do Ibovespa devem se dividir entre o pessimismo visto nos mercados internacionais e o noticiário econômico e político do governo brasileiro.
Na penúltima sessão da semana, os investidores domésticos devem digerir as informações do relatório de inflação do primeiro trimestre, divulgado mais cedo. No documento, o Banco Central estimou que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará entre 3,9% e 4% neste ano. No relatório anterior, publicado em dezembro de 2016, a previsão era de que a inflação oscilaria entre 4,4% e 4,7% em 2017.
A projeção reforça as expectativas por um corte mais acelerado da Selic na reunião de abril do Copom. No mercado, as apostas se concentram em uma redução de 1 p.p. da taxa de juros na próxima reunião, levando a Selic para 11,25%
A autoridade monetária estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano terá uma expansão de 0,50%. Na leitura anterior, o BC previa uma alta maior, de 0,8%, para o PIB de 2017.
Também estará no radar dos agentes locais a decisão do governo de cortar os gastos R$ 42,1 bilhões e o anúncio de aumento da receita de R$ 16,1 bilhões, com o objetivo de cobrir o rombo de R$ 58,2 bilhões neste começo de ano.
Quem opera no índice doméstico também deve assimilar o fato de a Câmara dos Deputados ter rejeitado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que daria às universidades públicas permissão para cobrança de mensalidade em cursos de extensão e pós-graduação lato sensu. O resultado foi visto com preocupação pelo Palácio do Planalto, já que o governo defendia a aprovação do projeto. O sinal ficou amarelo em relação a eventuais dificuldades para emplacar a reforma da Previdência em maio.
O pessimismo visto nas bolsas externas e a queda dos preços das commodities nos mercados internacionais também pesam sobre o comportamento do investidor local nesta quinta-feira.