Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O plano estratégico da Petrobras (BVMF:PETR4) para o período de 2025 a 2029, que está em fase final de elaboração e será divulgado ao final de novembro, deverá ter investimentos de cerca de 110 bilhões de dólares, o que seria crescimento de 8% ante o programa anterior, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
As discussões sobre o plano estratégico estão bem avançadas e faltam poucos detalhes para serem concluídos, segundo as fontes, em momento em que a Petrobras sinaliza que reforçará os aportes em outras áreas, como o segmento de fertilizantes, mas manterá forte foco na exploração e produção de petróleo e gás.
Uma aposta seguirá sendo a Margem Equatorial, onde a empresa aguarda autorização do Ibama para atuar na Foz do Amazonas, área com elevado potencial petrolífero.
"Está na reta final do fechamento do plano. Está faltando um ajuste fino e uma análise de cenário", disse uma das fontes em condição de sigilo.
"Será um plano ligeiramente maior que o atual. Hoje o valor (possível) está na casa de 107 bilhões, mas, como faltam ajustes, deve ficar nessa faixa de cerca de 110 bilhões", adicionou uma segunda fonte.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente.
A previsão inicial é que o novo plano seja divulgado a partir de 21 de novembro.
Após a apresentação no país, executivos da empresa farão um "road show" para apresentar o programa a investidores em Nova York e Londres.
A área de exploração e produção de petróleo vai ser novamente um prioridade no novo plano 2025/2029, de acordo com as fontes. "A lógica é a seguinte: toda gota de petróleo importa", disse uma delas.
A companhia também se prepara para investir no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, para elevar a produção do maior campo do Brasil de volta ao patamar de 1 milhão de barris de petróleo por dia (bpd) em 2027, conforme disse uma executiva recentemente.
Além disso, há a campanha para Búzios, que deverá se tornar o maior produtor de petróleo do Brasil, superando Tupi, ainda que a produção deste volte a aumentar.
Áreas da Bacia de Campos também deverão receber investimentos para reduzir o declínio natural da produção dos campos.
"A ideia é abrir poços originários, complementares e novos poços", afirmou. "Na Bacia de Campos, vamos ter mais poços perfurados, e a ideia é que aumente a produção."
Em novas fronteiras, a empresa mantém a expectativa de conseguir do Ibama a licença para iniciar uma campanha na Foz do Amazonas, na costa do Amapá, apesar da demora de respostas do Ibama, que pediu mais informações empresa, conforme reportagem publicada pela Reuters na véspera.
"O plano deve vir com 3 a 4 bilhões de dólares para essa campanha (na Margem Equatorial)", afirmou uma das fontes.
Outras áreas também devem reforçar o orçamento de investimentos.
Neste mês, já com vistas ao novo plano de negócios, a Petrobras aprovou a retomada das obras de construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), com investimentos previstos de 3,5 bilhões de reais.
Esse é o maior aporte no setor desse insumo estratégico para o agronegócio, mas a companhia também já afirmou que retomará a fábrica de fertilizantes nitrogenados do Paraná
A indicação de que os investimentos do plano plurianual devem crescer, segundo as fontes, ocorre apesar de a empresa estar encontrando dificuldades desde 2023 para atingir as metas anuais de aportes, conforme reportou a Reuters.
O descumprimento das metas anuais anteriores ocorreu por diversos motivos, como aumento de preços globais de insumos e equipamentos, que acabam levando a companhia a reavaliar os projetos, e timing de execução de obras.
(Por Rodrigo Viga Gaier)