Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) -O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) divulgou lucro do terceiro trimestre quase em linha com as previsões do mercado, uma vez que maiores receitas com crédito compensaram o aumento das despesas com provisões para calotes, que cresceram em ritmo mais moderado do que seus principais rivais privados.
O maior banco da América Latina anunciou nesta quinta-feira que seu lucro recorrente de julho a setembro somou 8,08 bilhões de reais, alta de 19,2% ante mesmo período de 2021. A previsão média de analistas consultados pela Refinitiv era de 8,11 bilhões de reais para o período.
O desempenho garantiu um aumento ano a ano de 1,03 ponto percentual da rentabilidade no recorrente sobre o patrimônio líquido, para 21%, ao contrário de Bradesco (BVMF:BBDC4) e de Santander Brasil (BVMF:SANB11), cujas rentabilidades caíram.
Embora o chamado custo do crédito - que mede a provisão para perdas esperadas com inadimplência, menos valores recuperados - tenha subido 52,7% sobre mesma etapa de 2021, a cerca de 8 bilhões de reais, refletindo a deterioração da carteira, isso aconteceu em ritmo menor do que dos rivais.
No fim de setembro, o índice de inadimplência acima de 90 dias do Itaú era de 2,8%, alta sequencial de 0,1 ponto e de 0,2 ponto ano a ano. Além disso, o chamado NPL Creation, espécie de prévia da inadimplência, teve queda "em todos os segmentos", afirmou o banco. O banco vendeu carteiras ativas sem retenção de riscos com valor de face de 606 milhões de reais.
Na outra ponta, a carteira de crédito total do Itaú fechou o trimestre em 1,1 trilhão de reais, alta de 15,5% em 12 meses, em ritmo também superior ao de Bradesco e Santander , com destaque para as linhas de crédito pessoal (+34,4%), cartão de crédito (+32,7%) e crédito imobiliário (+27,4%).
Com isso, a margem financeira com clientes do Itaú no trimestre evoluiu 33%, para 23,4 bilhões de reais. O banco citou o impacto positivo da Selic na margem de passivos e da taxa de juros pré-fixada no capital de giro próprio. Por outro lado, o resultado da tesouraria encolheu 73%, para 516 milhões.
Em outra frente, as receitas de serviços e seguros cresceram 5,9%, enquanto as despesas administrativas alcançaram 13,9 bilhões, aumento de 8,7%, com impulso da área de cartões sendo compensadas por menores receitas com administração de recursos.
O banco manteve suas previsões de desempenho para 2022.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)