Investing.com - A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa Selic inalterada em 6,50%, enquanto o esperado pela grande maioria dos analistas era de corte de 0,25 ponto percentual, deve indicar, na visão dos analistas do Itaú (SA:ITUB4), o fim do ciclo de quedas, com os próximos movimentos sendo para a elevação dos juros.
No entanto, o Itaú destaca que os detalhes da decisão serão entendidos com mais clareza na próxima terça-feira, quando o BC irá divulgar a ata da reunião. A decisão foi justificada pela alteração do balanço de riscos decorrente da reversão do cenário externo.
O banco destaca que o colegiado avaliou que os dados mais recentes de atividade econômica mostraram arrefecimento, mas ainda apontam para uma recuperação consistente, embora gradual. O cenário externo não é mais descrito como favorável pelo Copom, e sim como mais desafiador e mais volátil. Em particular, os riscos externos, em grande parte relacionados à normalização das taxas de juros em economias avançadas, levaram, segundo o comitê, a ajustes nos mercados financeiros internacionais e a uma redução do apetite de risco em relação a economias emergentes.
No comunicado de ontem, o Copom mantém a avaliação da evolução favorável da inflação, com várias medidas de preços subjacentes ainda em níveis baixos incluindo os componentes mais sensíveis à política monetária, como o setor de serviços.
O comitê também informou que em seu cenário central permanecem fatores de risco tanto para cima quanto para baixo. O principal risco de baixa para a inflação vem da persistência, através de mecanismos inerciais, dos baixos níveis atuais de inflação. Os riscos de alta incluem a frustração da agenda de reformas econômicas, que afetaria os prêmios de risco, pressionando a inflação para cima, além da continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes.
Apesar da decisão, o Copom voltou a destacar que a atual conjuntura econômica, que ainda precisa de uma política monetária estimulativa, com juros abaixo da taxa estrutural. Além disso, reiterou
O Copom repetiu a consideração de que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural (leia-se neutra). Também destacou, mais uma vez, que as reformas e ajustes necessários contribuem para reduzir as estimativas da taxa de juros estrutural.