O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que o banco está confortável com as medidas tomadas para proteger o balanço da instituição frente à crise da pandemia do novo coronavírus.
O comentário foi feito após o presidente do Santander (SA:SANB11), Sergio Rial, que mediou o debate com a presença também do presidente do Bradesco (SA:BBDC4), Octavio de Lazari, perguntar se investidores têm sido excessivamente cautelosos em relação aos bancos, já que as ações das instituições tem caído à despeito da recuperação da bolsa.
"Se o preço de nossa ação foi excessivamente punido na crise, isso dependerá de como for o comportamento das carteiras de crédito. Nós adotamos postura conservadora, fizemos provisões que parecem confortáveis. O quanto será ainda necessário ou não dependerá da reação da economia à retirada dos estímulos fiscais. No geralb estamos confortáveis com as medidas prudenciais tomadas", disse Bracher.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que a cautela é exacerbada, embora compreensível dado o cenário ainda não totalmente claro de inadimplência. Ele aproveitou para lembrar que, mesmo as desconfianças sobre a capacidade de as instituições financeiras sobreviverem aos desafios impostos pela inovação e fintechs não têm fundamento.
"Os bancos brasileiros já provaram milhões de vezes que são capazes de se reinventarem a todo o momento", disse. Segundo ele, os investidores não conseguiram metrificar o valor adequado. "Perdemos (os bancos) mais ou menos 40% de resultado, mas os 60% restantes, quanto gera de lucro, rentabilidade e quanto pagamos de impostos e quanto criamos de clientes?", questionou.
Lazari acrescentou ainda que na crise, embora os bancos possam ter cometidos alguns erros, não foram omissos. "Uma coisa que não fomos é omissos, trabalhamos para a sociedade brasileira", afirmou.