SÃO PAULO (Reuters) - A JBS, maior empresa processadora de carnes do mundo, vai manter sua política de proteger, via contratos futuros (hedge), todas as suas operações envolvendo dólares, em uma estratégia que vem dando certo, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da companhia, Wesley Batista.
"Ano passado tomamos a decisão de estar 100 por cento 'hedgeado'. Pagamos um preço caro no começo do ano, porque o carrego sem dúvida nenhuma é grande, mas tivemos uma estratégia super acertada", afirmou o executivo em teleconferência com analistas.
"Fomos, no ano, uma das poucas empresas brasileiras que não tiveram efeito de variação cambial em seus resultados, sem usar hedge accounting (contabilidade de hedge). Achamos que com hedge accounting você retarda a realização desse efeito cambial", disse Batista, da família controladora da JBS.
A JBS tem 80 por cento de sua dívida em dólares.
Em reais, a companhia fechou o ano com dívida líquida de 25,17 bilhões. Em dólares, a dívida líquida atual é de 9,48 bilhões, 1 bilhão de dólares menor que o registrado no início de 2014.
A ação da JBS operava em baixa de mais de 1 por cento por volta das 11h45, uma das poucas baixas do Ibovespa, mesmo após a empresa divulgar lucro do quarto trimestre mais de quatro vezes maior que o do mesmo período do ano anterior.
(Por Gustavo Bonato)