O JPMorgan (NYSE:JPM) publicou uma nota na semana passada, alertando que 2024 será o maior ano eleitoral global da história, com votações em alguns dos países mais populosos, que podem ter implicações significativas para a economia e o mercado de ações.
O banco destacou especialmente quatro tendências negativas (polarização, populismo, deterioração democrática e fragmentação geoeconômica) que devem persistir.
"Muitas eleições devem ser disputadas, com alguns países percebendo que os populistas não entregam o que prometem e outros ainda sob sua influência, mas, no geral, acreditamos que esses quatro cavaleiros não vão desaparecer e, portanto, pensamos que a onda de eleições de 2024 acabará sendo prejudicial para o crescimento global, afetando negativamente as ações de crescimento em relação às de valor", escreveram os analistas.
Eles também alertaram que não se deve contar com um retorno aos "rendimentos reais nulos ou negativos, diante da elevação constante dos déficits e da dívida."
Das eleições previstas para este ano, o JPMorgan (NYSE:JPM) considera, sem surpresa, que a corrida presidencial americana é a mais relevante, com o presidente Joe Biden provavelmente enfrentando novamente o ex-presidente Donald Trump.
"Vemos as eleições americanas como mais importantes e dignas de mais atenção do que qualquer outra, já que uma vitória de Trump poderia ter implicações macroeconômicas mais amplas, inclusive por meio de uma série de decretos que desfariam ou reverteriam muitas das políticas de Biden", indica a nota.
Muitos analistas preveem que, em caso de vitória, Trump poderia impor uma tarifa alfandegária universal de 10%, o que poderia provocar guerras comerciais em todos os setores e fazer o dólar subir de 4 a 6% no mercado forex, segundo o banco.
Os analistas também antecipam que a incerteza em torno das eleições nos Estados Unidos e em outros países levará a um aumento no índice VIX, com os estrategistas do JPMorgan observando que a volatilidade do S&P 500 em anos eleitorais é 2 pontos maior do que nos anos sem eleições.
"Portanto, os investidores que buscam se posicionar diante da incerteza eleitoral e do ressurgimento do populismo devem se preparar para prêmios de risco mais altos e maior volatilidade do mercado", adverte o banco.