RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta quarta-feira a quebra dos sigilos bancário e fiscal e o bloqueio dos bens do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e de outros ex-funcionários da empresa suspeitos de irregularidades em contratos com a construtora Andrade Gutierrez.
Eles são acusados de improbidade administrativa em contratos fechados com a construtora para a ampliação dos Centros de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e na implantação do centro integrado de processamento de dados.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, autor da ação, essas obras, avaliadas em 133 milhões de reais, foram superfaturadas em 32 milhões de reais.
A ação foi movida pelo MP fluminense em dezembro e acatada nesta quarta-feira pela juíza da 5ª Vara de Fazenda Pública da Justiça do Rio, Roseli Nalin.
Entre os outros suspeitos que tiveram sigilo quebrado estão o ex-gerente-executivo da diretoria de serviços da Petrobras Pedro Barusco e o ex-diretor de serviços da estatal Renato Duque, ambos citados na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Duque chegou a ficar preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba por seu suposto envolvimento nas irregularidades investigadas pela Lava Jato.
No entanto, nem Duque nem Barusco estão entre os 39 réus na Justiça Federal do Paraná acusados de envolvimento no suposto esquema. Até o momento, o Ministério Público Federal também não ofereceu denúncia contra nenhum dos dois.
Também até o momento nenhuma pessoa ligada à Andrade Gutierrez está entre os 23 réus ligados a empreiteiras que respondem a processo na Lava Jato e nem o MPF ofereceu denúncia contra qualquer pessoa ligada à empreiteira.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)