LIMA (Reuters) - O Peru demitiu uma procuradora por ter impedido a venda de um projeto de irrigação da Odebrecht, movimento que a oposição descreveu como "interferência política" em meio a suspeitas após decisão dela de investigar uma empresa ligada ao presidente.
O ministro da Justiça, Marisol Pérez, disse nesta quinta-feira que "perdeu a confiança" em Katherine Ampuero após ela frear a venda do projeto Olmos e pôr em risco milhares de empregos e privando o governo da receita que teria servido para compensar danos civis.
"A venda de Olmos foi bloqueada pela decisão de Ampuero. A venda deveria garantir a continuidade da irrigação, os postos de trabalho que são 18 mil, mais de 20 empresas que prestam serviços", Perez disse a repórteres.
Ampuero pediu em março para um promotor investigar uma empresa ligada ao presidente Pedro Kuczynski por supostas contribuições da Odebrecht, que está sendo investigada por corrupção.
Dada a insistência jornalística, Perez negou que a demissão fosse uma "vingança política" e criticou Ampuero por ter apresentado um recurso a um juiz para que paralisasse a venda do projeto Olmos para o grupo francês Suez e a canadense Brookfield.
(Por Teresa Céspedes e Mitra Taj)