Por Brian Ellsworth
CARACAS (Reuters) - A Venezuela começou a libertar nesta sexta-feira um grupo de ativistas de oposição presos por protestarem contra o presidente Nicolás Maduro, uma medida que, segundo o governo, fomentará o diálogo, mas que críticos rejeitaram por vê-la como um gesto meramente simbólico de uma ditadura.
Críticos da oposição e grupos de direitos humanos dizem que o governo Maduro ainda detém centenas de prisioneiros políticos que foram presos por liderarem manifestações de rua antigoverno, principalmente em 2014 e 2017. Cerca de 170 pessoas morreram durante os protestos.
Um grupo de 39 ativistas opositores será solto, entre eles Daniel Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal, cidade turbulenta do oeste do país, de acordo com uma lista publicada pelo presidente da Suprema Corte, Maikel Moreno.
A lista, publicada na página de Facebook de Moreno, não incluiu Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao, um distrito de Caracas, que é o crítico mais conhecido de Maduro na prisão.
Preso desde 2014, López passou para o regime de prisão domiciliar no ano passado.
"A Comissão da Verdade fez esta recomendação a pedido do presidente Nicolás Maduro", disse Delcy Rodríguez, presidente da Assembleia Constituinte, em comentários televisionados. "Ele disse que este é o caminho, o caminho do diálogo, o caminho da união, o caminho da paz".
Maduro foi reeleito em 20 de maio para um mandato de seis anos e no mês passado ordenou a libertação de prisioneiros para fomentar a boa vontade.