Investing.com – Os futuros de ouro atingiram uma baixa de oito meses hoje, uma vez que os investidores digeriram uma série de dados econômicos norte-americanos mistos e após uma nova perspectiva do Banco Central dos EUA (Fed) sobre seus planos de elevar a taxa de juros.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em dezembro perdeu até US$ 19,30 e atingiu uma baixa diária de US$ 1.216,60 por onça, um nível ainda não visto desde 2 de janeiro.
Os preços recuperaram-se e foram negociados em US$ 1.221,10 durante as negociações norte-americanas da manhã, caindo US$ 14,80, ou 1,2%. Um dia antes, os futuros de ouro perderam 80 centavos, ou 0,06%, para US$ 1.235,90.
Espera-se que os futuros encontrem apoio em US$ 1.204,30, a baixa de 2 de janeiro, e resistência em US$ 1.240,10, a alta de 17 de setembro.
O Ministério do Trabalho dos EUA informou mais cedo que o número de pessoas que entraram com pedido de seguro desemprego na semana passada no país caiu em 36.000, para 280.000, o nível mais baixo desde meados de julho.
Os analistas esperavam que os pedidos de seguro desemprego caíssem em 11.000 para 305.000 na semana passada.
Ao mesmo tempo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que a quantidade de alvarás de construção emitida no mês passado caiu 5,6%, para 998.000 unidades do total de julho de 1,057 milhão.
Os analistas esperavam que os alvarás de construção subissem 0,4%, para 1,045 milhão de unidades em agosto.
O relatório também mostrou que a construção de imóveis residenciais novos nos EUA despencou 14,4% no mês passado, para um ajuste sazonal de 956.000 unidades, do total de julho de 1,117 milhão de unidades, em comparação com as projeções de um aumento para 1,040 milhão.
Um dólar mais forte também pressionou o ouro e outras commodities vendidas na moeda. O dólar norte-americano atingiu o nível mais alto em seis anos em relação ao iene USD/JPY, ao passo que EUR/USD atingiu uma nova baixa de 14 meses após o Fed ter antecipado sua perspectiva de aumento da taxa de juros.
Para o fim de 2015, a projeção média foi de 1,375% em comparação com uma projeção de junho de 1,125%.
O Banco Central dos EUA reduziu seu programa mensal de compra de títulos em mais US$ 10 bilhões após sua reunião de política de dois dias, na quarta-feira, mantendo o ritmo para encerrar o programa no mês que vem.
Os mercados interpretaram a declaração do Fed como agressiva, apesar de os legisladores terem sugerido que os aumentos na taxa de juros podem ocorrer por um “tempo considerável”.
As expectativas de uma taxa de empréstimo maior no futuro é algo considerado pessimista para o ouro, uma vez que o metal precioso se esforça para competir com ativos de alto rendimento, quando as taxas de juros estão em ascensão.
Falando na coletiva de imprensa pós-reunião de política do banco central, a presidente do Fed, Janet Yellen, enfatizou que o momento do primeiro aumento de taxa dependeria de dados.
Os investidores também estão aguardando a votação da independência da Escócia, na quinta-feira, uma vez que as atuais pesquisas mostram que o referendo está muito acirrado. Uma vitória para a campanha do “Sim” poderia resultar no rompimento do Reino Unido.
Também na Comex, a prata com vencimento em dezembro caiu 32,6 centavos, ou 1,74%, para US$ 18,40 por onça, o nível mais baixo desde 28 de junho de 2013.
Nas negociações de metais, o cobre com vencimento em dezembro perdeu 4,3 centavos, ou 1,37%, para US$ 3,100 por libra.
Dados divulgados mais cedo mostraram que os preços a imóveis residenciais novos na China subiram a uma taxa anual de 0,5% em agosto, abaixo das expectativas de um ganho de 2,3% e abaixo da alta de 2,5% atingida em julho.
Em uma base mensal, os preços caíram 0,6%, a quarta queda consecutiva, alimentando preocupações sobre a saúde do mercado imobiliário.
A China é a maior consumidora mundial de cobre, representando quase 40% da demanda global.