Por Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - As exportações da China caíram inesperadamente 6,4 por cento em abril em relação ao ano anterior, enquanto as importações despencaram 16,2 por cento, mais que o esperado, alimentando expectativas de que Pequim rapidamente adote mais estímulos para evitar uma desaceleração econômica mais profunda.
A fraca performance comercial aumenta o risco de que o crescimento econômico do segundo trimestre fique abaixo de 7 por cento pela primeira vez desde o ápice da crise financeira global, dando força a temores do governo de perdas de emprego e crescentes níveis de inadimplência.
"Isso é ruim. Espero um corte de juros neste fim de semana", disse o economista do ING Tim Condon. "Isso faz com que o crescimento (do Produto Interno Bruto) de 7 por cento seja difícil de obter. Parece que a fraqueza no primeiro trimestre não foi transitória. É persistente".
O banco central reduziu as taxas de juros e de compulsório três vezes em três meses desde novembro para estimular a economia, e a maioria dos analistas esperava que afrouxe sua postura nos dois frontes nos próximos meses.
Fontes afirmaram à Reuters nesta semana que os líderes da China foram surpreendidos pela intensidade da desaceleração e provavelmente recorrerão a estímulos fiscais para reanimar o crescimento após uma enxurrada de medidas de afrouxamento monetário se mostrar menos eficaz do que o desejado.
As importações têm sido mais fracas que as exportações, caindo 16,2 por cento em abril em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral de Alfândega, salientando a demanda doméstica fraca enquanto a segunda maior economia do mundo desacelera.
Isso deixou o país com um superávit comercial de 34,13 bilhões de dólares no mês, informou nesta sexta-feira a Administração Geral de Alfândega.
Analistas consultados pela Reuters esperavam que as exportações aumentassem 2,4 por cento em abril ante o ano anterior e esperavam que as importações recuassem 12 por cento.