A Southrock Capital, operadora no Brasil da rede Subway, Eataly e da Brazil Airports, está em "fragilidade financeira" que justifica o uso de instrumento jurídico de proteção contra credores, mas faltam documentos e comprovações para esclarecer a real situação da empresa. Essa é a conclusão do laudo prévio exigido pelo juiz que recebeu o pedido de recuperação judicial do grupo.
A empresa, que perdeu a licença da Starbucks pouco antes de dar entrada na Justiça paulista, entregou dados contábeis até junho e os peritos pedem que sejam acrescidos os balancetes até setembro a fim de entregar ao juiz o laudo completo.
Além disso, pedem documentos e esclarecimentos que justifiquem a circulação de dinheiro entre todas as empresas do grupo, dentro e fora do processo de recuperação judicial, operacionais e não operacionais, e apontam uma potencial confusão patrimonial. Empresas que não são operacionais não podem ser beneficiadas pela recuperação judicial. Também foram identificadas empresas que não atendem a exigência de estarem operando há dois anos para participar do processo.
O laudo foi pedido pelo juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) para fazer o deferimento ou não do pedido de recuperação judicial de algumas empresas do grupo.
O pedido foi entregue em 1º de novembro. No dia 7, a SouthRock obteve tutela de urgência para antecipar os efeitos da recuperação judicial, ou seja, congelar as execuções de dívidas. O juiz também determinou a suspensão do bloqueio patrimonial do fundo pelos credores concursais.
O quanto antes a empresa tiver o processo deferido melhor será para recuperar a licença de operação da rede de cafés Starbucks no Brasil. A licença foi cancelada pela empresa norte-americana, mas, segundo fontes, há negociações para que a SouthRock volte a operar a marca. A rede de cafeterias é a principal receita do grupo.