Por Elizabeth Culliford
(Reuters) - Reverendos, rabinos e outros líderes religiosos pediram nesta terça-feira ao presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, que interrompa permanentemente o plano da empresa de lançar uma versão do Instagram voltada para usuários jovens, em uma carta enviada pelo grupo de advocacia Fairplay e sua rede Children's Screen Time Action Network.
Desde setembro do ano passado, o Instagram suspendeu seus planos de lançar uma versão do aplicativo para crianças, conforme a oposição ao projeto crescia.
"Depois de muita meditação e oração, afirmamos que as plataformas de rede social que visam cérebros imaturos, praticam mineração de dados antiética e são inspiradas pelo lucro não são uma ferramenta para o bem maior das crianças", disse a carta, assinada por mais de 70 líderes religiosos.
O Instagram e sua empresa proprietária, Meta Platforms (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), antigo Facebook, estão sob intenso monitoramento com relação ao potencial impacto de seus serviços na saúde mental, imagem corporal e segurança de jovens usuários, inclusive depois que a delatora Frances Haugen vazou documentos internos sobre a abordagem da empresa a usuários mais jovens.
A Meta disse que os documentos vazados foram usados para pintar uma imagem falsa do trabalho da empresa. A companhia também disse que a ideia de criar um Instagram para crianças era oferecer um lugar mais dedicado e seguro para os usuários mais jovens interagirem com o serviço.
A carta dos grupos religiosos, que citou a Bíblia, o Alcorão, o papa Francisco e o monge budista Thích Nhất Hạnh, pediu a Zuckerberg, como alguém que no passado disse que religião é algo "muito importante", reconhecesse as preocupações espirituais e seculares em torno do projeto.
O Instagram se recusou a comentar a carta.
(Reportagem de Elizabeth Culliford)