Por Sarah N. Lynch e David Shepardson e Mike Scarcella
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e mais de duas dezenas de Estados entraram nesta quinta-feira com um processo judicial para desmembrar a Live Nation (NYSE:LYV), argumentando que a grande promotora de shows e sua unidade Ticketmaster inflacionaram ilegalmente os preços dos ingressos e prejudicaram os artistas.
"É hora de acabar com a Live Nation", disse o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland.
Há anos fãs e políticos pedem uma revisão da compra da Ticketmaster pela Live Nation, em 2010, especialmente após o fracasso do comerciante de ingressos, em 2022, na venda de entradas para a primeira turnê da cantora Taylor Swift em anos. Fãs ficaram horas em filas online, com preços que os clientes consideravam muito elevados e taxas por serviços de má qualidade.
O processo desta quinta ressalta a abordagem agressiva que autoridades antitruste do governo Joe Biden têm adotado, enquanto buscam maior concorrência em uma ampla gama de setores, desde as Big Tech até saúde e mantimentos.
A Live Nation "sufoca sua concorrência", disse Garland, que citou uma música de Swift durante coletiva de imprensa sobre o caso. Segundo ele, a empresa adota "conduta ilegal e anticompetitiva para exercer seu controle monopolista sobre a indústria de eventos ao vivo nos Estados Unidos, às custas de fãs, artistas, pequenos promotores e operadores dos locais de exibição", acrescentando que, como resultado, os fãs pagam mais taxas, os artistas têm menos oportunidades de se apresentar e promotores menores são excluídos.
No processo, o Departamento de Justiça e os Estados pediram ao tribunal que "ordene o desinvestimento, no mínimo, da Ticketmaster, juntamente com qualquer medida adicional necessária para curar qualquer dano anticompetitivo".
A Live Nation classificou a ação como uma possível "vitória de relações públicas para o Departamento de Justiça no curto prazo", mas disse que prevalecerá no tribunal. O processo "não resolverá os problemas que preocupam os fãs em relação aos preços dos ingressos, taxas de serviço e acesso a shows sob demanda".
"Há mais concorrência do que nunca no mercado de eventos ao vivo", acrescentou.
(Reportagem de Sarah N. Lynch, David Shepardson e Mike Scarcella em Washington; reportagem adicional de Chris Sanders e Susan Heavey em Washington)